Título: Realização de lucro provoca queda na cotação do ouro
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 11/01/2006, Empresas &, p. B

Commodities Analistas acreditam numa tendência de alta para os metais

Os metais preciosos continuaram a brilhar no início do pregão de ontem, com a platina seguindo o ouro, escalando um pico de quase 26 anos. A platina subiu de US$ 1.001/US$ 1.005 para US$ 1.017/US$ 1.022 por onça (28,35 gramas), nível máximo desde março de 1980, perto do fechamento do pregão em Nova York. O ouro recuou devido a realização de lucros no início do pregão europeu, depois de disparar, na segunda-feira, para perto de um pico em 25 anos, mas os traders acreditam que o metal poderá suplantar seu pico devido ao continuado interesse de fundos de investimentos. No mercado à vista, o ouro caiu para US$ 544,75 por onça troy (31,10 gramas) na Ásia, antes de reagir e chegar a US$ 545,20/US$ 546,00 no início do negócios na Europa. Analistas prevêem ganhos de curto prazo no mercado do ouro, embora houvesse resistência no patamar de US$ 550 por onça troy. Paul Merrick, da RBC Capital Markets, destacou um significativo aumento na demanda de investidores no ano passado e um crescimento na aquisição de ouro por fundos negociados em bolsa (ETF, na sigla em inglês) como algumas das justificativas para a alta. "O ouro desempenha um papel pequeno, porém importante, em qualquer carteira de commodities por ser considerado um refúgio seguro". Os principais metais básicos continuaram em alta no início do pregão na Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês), para o que contribuiu um persistente interesse de investidores. O cobre assinalou um novo recorde de alta, ultrapassando a marca dos US$ 4,6 mil, chegando a US$ 4,61 mil por tonelada. Uma elevação, se comparado com o fechamento a US$ 4.579 do mercado de balcão no dia anterior. No final do dia, fechou a US$ 4.602 para entrega em três meses. Entretanto, a LME também anunciou que os estoques continuaram crescendo - mais 4,075 mil toneladas, para 100.475 toneladas, o maior incremento desde outubro de 2001. O alumínio para entrega em três meses subiu de US$ 2.323 para um novo máximo em 17 anos, fechando a US$ 2.335. O zinco continuou oscilando em torno de seu recorde histórico de alta de US$ 2.000, devido a preocupações de possível instabilidade no suprimento. De US$ 1.968, o metal passou a ser cotado a US$ 1.990,50, queda de US$ 4,50. Os estoques de zinco continuaram a encolher, com redução de 1.475 toneladas para 389.550 toneladas, sendo esse seu mais baixo nível desde outubro de 2001. O petróleo encerrou ontem em baixa, por conta da expectativa de que os dados a serem divulgados hoje mostrem crescimento dos estoques americanos de derivados na última semana. Na Nymex, os contratos cederam 13 centavos de dólar, para US$ 63,37 o barril. Em Londres, o Brent recuou 9 centavos de dólar, cotado a US$ 61,92 por barril.