Título: Sobrou verba para defesa sanitária no ano passado
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 11/01/2006, Agronegócios, p. B9

Ainda que tenha acelerado o ritmo de investimentos depois do ressurgimento da febre aftosa no país, em outubro, no Mato Grosso do Sul, o Ministério da Agricultura gastou apenas 21,66% dos recursos reservados para prevenção e combate das principais pragas e doenças que ameaçam a agropecuária brasileira no ano passado. De um orçamento de R$ 170,980 milhões, dividido por 56 projetos específicos agrupados em 18 programas de âmbito nacional, foram efetivamente aplicados R$ 37,031 milhões, ou 21,7% do total, conforme dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) atualizado no dia 27 de dezembro. O baixo percentual dos valores pagos no ano passado refletiu, em grande medida, a inadimplência da maior parte dos Estados do país por pelo menos alguns períodos, que travou os repasses do ministério. Entre as pendência estaduais, apareceram desde contribuições de INSS e FGTS até falta de prestação de contas de convênios anteriores. No caso do projeto de erradicação da febre aftosa, que teve dotação autorizada de R$ 35,3 milhões em 2005, foram pagos R$ 8,177 milhões, ou 23,2%. A ocorrência da doença no Mato Grosso do Sul e no Paraná (neste Estado a confirmação de um foco por parte do Ministério da Agricultura ainda é questionada pelo governo local) resultou em embargos totais ou parciais à carne brasileira em mais de 50 países. A maioria esmagadora desses embargos segue em vigor. Também no ano passado, até 27 de dezembro, o ministério desembolsou R$ 31,770 milhões em restos a pagar do orçamento de 2004. Assim, o valor total pago em 2005 para os programas de defesa agropecuária sobe para R$ 68,801 milhões, sempre de acordo com as informações do Siafi.