Título: Comercialização continua em ritmo lento no país
Autor: Cibelle Bouças
Fonte: Valor Econômico, 11/01/2006, Agronegócios, p. B10

O ritmo de vendas da soja da safra 2005/06, que começa a ser colhida no Mato Grosso, segue lento nas principais praças. As estimativas de estoques disponíveis de até 3 milhões de toneladas da safra 2004/05 e o cenário internacional pouco promissor para os preços da commodity colaboram para a postergação das vendas, de acordo com analistas. Renato Sayeg, da Tetras Corretora, diz que as vendas de grãos nas principais praças começaram a ganhar força, mas que predominam as vendas da safra passado. Seneri Paludo, da Agência Rural, afirma que houve negócios da safra atual no Mato Grosso e Goiás, mas que os estoques são suficientes para atender à demanda até que a colheita da nova safra ganhe força, em fevereiro. Ontem, a saca da safra nova foi vendida em Cuiabá (MT) a R$ 25, ante R$ 27 no fim de dezembro. "A tendência já é de queda por conta da colheita". As cotações em queda e o dólar baixo também têm desestimulado os negócios com soja. A diretoria de originação da Amaggi Exportação e Importação, do Grupo Maggi, diz que as vendas antecipadas da safra estão entre 55% e 60% do total a ser produzido pelo grupo. Esse índice foi maior no passado. A Caramuru Alimentos, que há dois anos gastou US$ 60 milhões em compras antecipadas, neste ano reduziu as aquisições para US$ 20 milhões. "Além dos fatores internacionais, o risco de fazer a compra antecipada cresceu no Brasil devido às condições dos sojicultores", diz o vice-presidente César Borges. Apesar das adversidades, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) ainda mantém sua estimativa de exportações do complexo soja em 2006 em US$ 9,467 bilhões. (CB)