Título: Paulo Bernardo acha possível antecipar mínimo
Autor: Mônica Izaguirre e Thiago Vitale Jayme
Fonte: Valor Econômico, 13/01/2006, Política, p. A5

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, acha que é possível antecipar para março o reajuste do salário mínimo, fixando o novo valor em R$ 350, como propuseram ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anteontem, as centrais sindicais. Ao falar sobre o tema, ontem, Bernardo afirmou que isso depende de uma decisão política a ser tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "É claro que é possível... Essa é uma decisão política", disse o ministro da equipe econômica, quando questionado sobre a proposta dos sindicalistas. Ele destacou, por outro lado, que o presidente levará em consideração os impactos no orçamento da seguridade social, causados pela vinculação benefícios previdenciários e assistenciais ao salário mínimo. Discordando de Bernardo, porém, Marinho afirmou, também ontem, no Congresso, depois de visita ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo, que só será possível dar os R$ 350 a partir de maio. Segundo ele, antecipar o reajuste representa criar um custo de mais de R$ 2 bilhões no Orçamento, valor que, a seu ver, "não pode ser ignorado". Conforme Bernardo, o governo vinha trabalhando com a hipótese de reajustar o mínimo para R$ 340 e só a partir de maio. Mas, seja qual for a decisão de Lula, o Orçamento será adequado a ela, afirmou. Segundo técnicos do Congresso, atender às centrais exigiria acrescentar no projeto de Orçamento para 2006 cerca de R$ 6,33 bilhões além daquilo que já foi previsto pelo governo para bancar o impacto do reajuste do mínimo (R$ 3,33 bilhões). No caso de reajuste para R$ 340 só em maio, o reforço teria que ser de R$ 2,95 bilhões apenas.