Título: Petróleo pressiona e as bolsas recuam
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Fonte: Valor Econômico, 13/01/2006, Finanças, p. C2

Foi um dia fraco nos principais mercados acionários internacionais. Os índices europeus passaram o pregão girando em torno do zero, enquanto as bolsas dos Estados Unidos fecharam em queda. Em Nova York, os investidores adotaram posições defensivas diante do rebaixamento nas ações de empresas e incertezas sobre os próximos resultados corporativos. Os indicadores americanos também foram pressionados pela insistência da alta do preço do petróleo, em meio a preocupações com a retomada do programa nuclear no Irã, que acabou anulando alguns bons números da economia dos EUA divulgados ontem. O índice Dow Jones caiu 0,73%, a 10.962 pontos. O Standard & Poor's 500 recuou 0,63%, a 1.286,06 pontos. O termômetro do setor de tecnologia, o Nasdaq Composto, cedeu 0,63%, a 2.316,69 pontos. Entre as principais baixas do dia, as ações da Coca-Cola caíram 0,55%, depois que o Goldman Sachs reduziu a recomendação do papel. A decisão do Irã de retomar seu programa nuclear enervou, mais uma vez, o mercado internacional de petróleo, cujas cotações subiram fortemente no decorrer do dia, mas arrefeceram no fechamento do pregão. Em Nova York, o barril para fevereiro mostrou estabilidade, cotado a US$ 63,94. Contudo, no momento de maior nervosismo, chegou a bater US$ 65,05, o maior nível desde outubro de 2005. Na Europa, as bolsas fecharam sem rumo comum, mas todas giraram próximas da variação zero. Os índices foram puxados para lados opostos entre o bom desempenho das companhias petrolíferas e mineradoras e a forte queda das ações de telecomunicações. Os papéis da France Telecom estiveram entre os destaques de baixa do dia, tombando 7,98%, depois que a empresa fez um alerta de vendas menores, abatendo todo o setor. No front econômico, o destaque foram os comentários do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, que afirmou que há riscos para o crescimento, dando a impressão de que a elevação do juro em fevereiro ou março já não é tão certa. O BCE manteve a taxa básica da zona do euro em 2,25%. Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 teve mínima oscilação positiva de 0,06%, a 5.735 pontos. Em Frankfurt, o DAX avançou 0,17%, a 5.542 pontos. Em Paris, o CAC-40 quase não saiu do lugar, encerrando com imperceptível variação negativa de 0,01%, a 4.890 pontos.