Título: Exportação deve alcançar US$ 3,15 bilhões este ano
Autor: Mauro Zanatta e Alda do Amaral Rocha
Fonte: Valor Econômico, 21/12/2005, Empresas &, p. B14

De janeiro até 18 de dezembro deste ano, o Brasil exportou US$ 3,032 bilhões em carne bovina e um volume de 2,293 milhões de toneladas (equivalente-carcaça), segundo levantamento da Abiec (reúne os exportadores de carne bovina). Até novembro, as exportações foram recordes: US$ 2,906 bilhões, 23,35% mais que em igual intervalo de 2004. Os volumes somaram 2,222 milhões de toneladas (equivalente-carcaça), aumento de 35,34% na comparação com janeiro a novembro de 2004. De acordo com o presidente da Abiec, Pratini de Moraes, os números indicam que o ressurgimento da febre aftosa no país não afetou a meta para as exportações. A expectativa, aliás, é que o ano feche com vendas entre US$ 3,1 bilhões e US$ 3,150 bilhões, um incremento de 26% em relação a 2004. "Apesar dos problemas, continuamos crescendo", disse Pratini. Já os volumes devem alcançar 2,3 milhões de toneladas (equivalente-carcaça), mais do que Argentina (700 mil) e Austrália (1,2 milhão) juntas. Em novembro, porém, as vendas brasileiras recuaram 14,64% em volume, para 167,6 mil toneladas, e 0,7% em valor, para US$ 237,2 milhões. A queda é reflexo do embargo (parcial ou total) de 53 países à carne brasileira. Segundo a Abiec, a perda em decorrência da aftosa totalizou cerca de US$ 250 milhões. Pratini avaliou, no entanto, que o embargo deve começar a ser aliviado a partir do fim de janeiro ou início de fevereiro pela Rússia, que proibiu as compras de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Além disso, espera que a UE retire o embargo a São Paulo, mantendo o bloqueio ao Mato Grosso do Sul e Paraná. Se esse quadro se confirmar, avaliou, as exportações devem crescer 15% a 20% em receita e 5% a 10% em volume, previu Pratini. Esse desempenho vai depender também do comportamento do câmbio, disse. O presidente da Abiec reconheceu que os recentes casos de aftosa devem adiar a abertura do mercado americano à carne bovina in natura do Brasil. A expectativa, no próximo ano, é continuar crescendo em países emergentes, como Rússia e Egito, que já estão entre os maiores clientes brasileiros. A exportações de carne bovina foram o motor do crescimento do emprego no setor de frigoríficos, segundo a Abiec. Em 2003, quando o país exportou US$ 1 bilhão, setor empregava 31,5 mil pessoas. Em novembro deste ano, o número chegou a 80 mil. Ainda segundo a Abiec, os maiores exportadores nacionais são, na ordem: Friboi, Bertin, Independência, Minerva, Marfrig e Margen.(AAR)