Título: Desemprego surpreende e fica estável em novembro
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 22/12/2005, Brasil, p. A3

Conjuntura Rendimento subiu 0,4% no mês, aponta pesquisa do IBGE

A taxa de desemprego de seis regiões metropolitanas do país ficou estável em 9,6% em novembro, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do terceiro mês seguido de estabilidade no índice de desemprego. Tradicionalmente, o mercado de trabalho fica mais aquecido no fim do ano com o aumento das contratações de trabalhadores temporários. Neste ano, entretanto, a entrada dos temporários no mercado de trabalho ainda não surtiu efeito. Na série livre de influências sazonais - calculada pela Rosenberg & Associados -, a taxa de desemprego apontou nova alta, para 9,9%. Até outubro, o mercado de trabalho ficou estagnado com a desaceleração da economia. Juros altos, câmbio e crise política foram os fatores apontados para justificar o cenário do mercado de trabalho nos meses anteriores. Já a renda real do trabalhador subiu 0,4% em novembro. Passou de R$ 970,88 em outubro para R$ 974,50 no mês passado. Na comparação com novembro do ano passado, o quadro também foi de recuperação (2,1%). Por região metropolitana. ocorreu queda no rendimento médio em Recife (-3,8%), Rio de Janeiro (-0,9%) e Porto Alegre (-2,0%). As regiões metropolitanas de Salvador (0,5%) e São Paulo (2,2%) apresentaram recuperação e em Belo Horizonte o rendimento médio ficou estável. O levantamento do IBGE diverge da pesquisa da Fundação Seade e do Dieese, divulgada terça-feira, que mostrou que a taxa de desemprego da região metropolitana de São Paulo recuou para 16,4% da população economicamente ativa, o menor patamar para este mês desde janeiro de 2001. Entre as seis regiões pesquisadas, nenhuma apresentou movimentação significativa, segundo o IBGE. Em São Paulo, a taxa de desemprego aumentou de 9,6% para 9,7%. No Rio de Janeiro, a taxa caiu de 7,9% para 7,7%. Em novembro, o contingente de pessoas ocupadas nas seis regiões metropolitanas foi estimado em 20,1 milhões. Em relação a outubro o indicador ficou estável. O comércio, setor que deveria estar promovendo o maior número de contratações, fechou postos de trabalho em novembro (menos 15 mil), ao mesmo tempo em que segmentos de construção (48 mil) e indústria (24 mil) criaram vagas no mês. O número de pessoas à procura de trabalho nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE permaneceu estável em 2,1 milhões de pessoas na comparação com outubro.