Título: Marinho nega divergências com centrais
Autor: Paulo de Tarso Lyra
Fonte: Valor Econômico, 22/12/2005, Política, p. A6

O impasse entre o governo e as centrais sindicais sobre o reajuste do salário mínimo não significa que haja divergência entre os ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa foi a resposta que o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, deu ontem depois de uma reunião que durou três horas e não chegou a um acordo. Um quarto e último encontro foi marcado para 11 de janeiro, quando o governo promete divulgar o novo valor do mínimo. Mas a opinião do secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, é diferente. Ele revelou que há um embate interno no governo sobre os recursos que serão repassados aos Estados em respeito à Lei Kandir, que prevê compensações da União pelas perdas com a desoneração tributária das exportações. Portanto, o orçamento de 2006 tem de contemplar diversas reivindicações, sendo que as principais são o reajuste do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas e os repasses da Lei Kandir. Juruna disse que na reunião de ontem percebeu uma polarização dentro do governo, principalmente entre o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. "Há os que acreditam em uma melhor distribuição de renda e aqueles que querem um orçamento rígido", disse. As seis centrais sindicais insistem no mínimo de R$ 400 e na correção de 13% para a tabela do Imposto de Renda.