Título: Alckmin faz balanço de gestão
Autor: Janaina Vilela, Chico Santos e Heloisa Magalhães
Fonte: Valor Econômico, 22/12/2005, Opinião, p. A12

Mesmo sem a definição do PSDB sobre o candidato que disputará o Palácio dos Bandeirantes em 2006, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, está se preparando para deixar o governo em março do próximo ano e fez ontem um discurso de "missão cumprida" para seu secretariado, na divulgação do balanço anual. Com orçamento para aumentar os investimentos no ano eleitoral e superávit primário de R$ 3,8 bilhões, Alckmin pretende usar no palanque o mote da eficiência na arrecadação e da necessidade de um choque de gestão. Com a proximidade da escolha partidária, que deve ser feita em março, o tucano quer se aproximar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e comprometeu-se em defendê-lo de ataques da oposição. Na tentativa de ter FHC como grande cabo eleitoral, Alckmin disse que se for o candidato do partido, o ex-presidente será sempre defendido e que em seus discursos demonstrará que "foram muito mais acertos do que erros". Defensor da reeleição, Alckmin comentou que quatro anos de governo podem ser muito se o governo for ruim, criticando de forma indireta o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que o tempo de mandato é curto. "Isso de dizer que é pouco depende do governo. É demais quando é ruim", disse, citando em seguida pesquisas de opinião para dizer que o "povo está achando que é muito". Além da provável candidatura do governador, assessores de Alckmin estimam que de cinco a sete secretários saiam do governo em março de 2006 para concorrer a cargos. O secretário da Habitação, Emanuel Fernandes, confirmou que sairá para candidatar-se ao cargo de deputado federal. Fernandes é cogitado, pelo próprio governador, a concorrer ao governo do Estado.