Título: Salário mínimo deve ficar mesmo em R$ 350
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Fonte: Valor Econômico, 18/01/2006, Política, p. A6

Está praticamente descartada a possibilidade de o governo conceder um aumento que eleve o valor do salário mínimo além dos R$ 350. Outro grande obstáculo é antecipar o aumento para março. As informações foram dadas pelo ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Jaques Wagner. Mas ponderou dizendo que a palavra final é do presidente da República e ainda não foi dada. "Acredito que não vá além dos R$ 350, sem antecipação. Antecipar é custo e essa também é a opinião do presidente Lula", justificou Wagner. O ministro ainda explicou que o governo já cedeu bastante nas negociações com as centrais sindicais e com o relator da proposta orçamentária no Congresso, deputado Carlito Merss (PT-SC). "Partimos de R$ 321, passamos pelos R$ 340 e chegamos aos R$ 350", afirmou. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se ontem com quatro ministros para definir a proposta que será apresentada amanhã, pela manhã, aos representantes das seis centrais sindicais. Participaram da reunião Luiz Marinho (Trabalho), Antonio Palocci (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência). Se houver acordo, o novo valor do salário mínimo será divulgado no final da tarde, depois de uma audiência no Palácio do Planalto. A Força Sindical divulgou uma nota afirmando que mantém a posição de cobrar do governo o valor de R$ 350 para o salário mínimo e ainda reivindicar a antecipação do pagamento para março. Outra bandeira das centrais é a mudança da data do reajuste de maio para janeiro. "O governo precisa ter sensibilidade e lembrar que o salário mínimo digno é uma forma de distribuir renda no país. Milhões de trabalhadores e aposentados vivem com uma salário mínimo por mês. Vale destacar que o presidente Lula se comprometeu a dobrar o valor do salário mínimo durante o seu governo", disse a nota assinada pelo presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Artur Henrique da Silva Santos, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), também confirmou que as centrais insistem na correção de 10% para a tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas. Mas, por enquanto, o que ouviram do governo foi a disposição de chegar aos 7%.