Título: Desafio para o grupo alemão no Brasil é suprir receita
Autor: Talita Moreira
Fonte: Valor Econômico, 18/01/2006, Empresas &, p. B3

Com a absorção pela BenQ da área de telefones celulares da Siemens no Brasil, em 1º de janeiro, foram transferidos mil funcionários para o novo controlador. Denise Santos, que era diretora de marketing da divisão de terminais móveis da Siemens, passou a principal executiva da divisão brasileira de celulares da BenQ. Já o ex-diretor Humberto Cagno está agora na sede da Siemens, em Munique. O desafio agora para Siemens será sair atrás de novos negócios para suprir a redução de faturamento. No Brasil, a unidade de celulares era uma das mais lucrativas, ao contrário de outros países onde a atividade gerava prejuízo para a companhia. Embora a empresa não informe, os dados de mercado são de que respondia por quase metade do faturamento da divisão de telecomunicações. A Siemens chegou a alcançar 50% de participação de mercado no Brasil. Em 2005, estava entre 25% e 30%. O vice-presidente da área de telecomunicações das Siemens, Aluízio Byrro, diz que este ano a meta é, mesmo sem celulares, faturar mais do que em 2005, quando as vendas foram de R$ 3,8 bilhões e as encomendas chegaram a R$ 4,8 bilhões. A fábrica de celulares em Manaus, agora com a BenQ, recebeu entre, 2004 e 2005, investimentos superiores a US$ 40 milhões. Precisou ampliar a capacidade de produção para, diante do aumento da demanda interna, não perder a capacidade de vender para o exterior. A área de telecomunicações da Siemens continua com duas fábricas em Manaus. Uma é voltada para a produção de telefones fixos sem fio e a outra produz equipamentos industriais. A unidade de Curitiba, que recebeu US$ 20 milhões em investimentos em 2005 para ampliar a capacidade de produção e se tornar plataforma global de exportação, está recebendo mais R$ 50 milhões em seu centro de pesquisa e desenvolvimento, a fim de criar soluções na chamada convergência fixo-móvel. Os recursos serão distribuídos entre infra-estrutura e pessoal. As atividades do centro serão focadas em aplicações capazes de unir o conteúdo tradicional gerado pelo usuário, como voz e textos para conteúdo multimídia (vídeo, dados e voz) sobre o protocolo da internet, permitindo a interatividade entre redes fixas e móveis. Byrro aposta nas vendas de soluções para a área corporativa, na infra-estrutura de banda larga, nas chamadas redes NGN, as soluções sem fio, cujo mercado cresce rapidamente. São produtos para rastreamento de veículos , sistemas de segurança baseado em comandos sem fio, produtos para comunicação máquina-máquina, automação de processos. Outros focos sãos as redes WiMax, recursos para telefonia IP, alvo recente das operadoras de telefonia fixa, além infra-estrutura de rede de telefonia móvel.