Título: Juro menor incentiva colocações em 2006
Autor: Altamiro Silva Júnior
Fonte: Valor Econômico, 26/12/2005, Finanças, p. C1

A julgar pelos programas de emissões de debêntures em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os lançamentos prometem continuar bilionárias nos próximos dois anos. Em análise, há R$ 14,8 bilhões em três novos programas. Soma-se a este valor mais R$ 20 bilhões ainda não colocados no mercado dos 19 programas já aprovados pela CVM - que totalizaram R$ 47 bilhões, dos quais R$ 27 bilhões já foram lançados. "Os juros em queda podem animar outras empresas a virem ao mercado", destaca Paulo Eduardo de Souza Sampaio, superintendente geral da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima). Diante das eleições, ele prevê impactos reduzido. "O processo eleitoral é um fator que sempre pesa na decisão da empresa, mas não devemos ter a grande volatilidade que aconteceu em 2002." Em análise na CVM, há três novos programas: Bradesco Leasing, que planeja emitir mais R$ 10 bilhões; Suzano Petroquímica, de R$ 800 milhões e BankBoston Leasing, de R$ 4 bilhões. Os programas de emissões foram criados em 2003, pela Instrução 400, para facilitar o acesso das empresas ao mercado de capitais. A CVM aprova o programa de uma empresa, que pode ir lançando os papéis no mercado aos poucos, dependendo da necessidade, dentro de dois anos. Depois de aprovado o programa, a empresa precisa apenas enviar informações complementares quando for emitir. Uma vez aprovado o programa, o prazo de análise para uma emissão posterior cai pela metade: de 20 dias úteis para um lançamento normal para 10 dias úteis. Além dos programas, há ainda mais nove emissões em análise pela CVM, que totalizam R$ 2,7 bilhões. Dessas, duas entraram em análise em plena véspera do Natal. A Vivax, companhia de serviços de TV paga e internet em alta velocidade, planeja lançar R$ 220 milhões em uma operação que será coordenada pelo Itaú BBA. Já a Caixa de Administração da Dívida Pública Estadual (Cadip) quer lançar R$ 30 milhões. A operação será feita pelo Banco do Estados do Rio Grande do Sul (Banrisul). (ASJ)