Título: Nordeste abre mais vagas em 2005 do que região Sul
Autor: Azelma Rodrigues
Fonte: Valor Econômico, 19/01/2006, Brasil, p. A3

Pela primeira vez desde 1998, o Nordeste gerou mais postos de trabalho formal do que a região Sul e só ficou atrás do Sudeste. Em 2005, de 1,254 milhão de vagas abertas, 25% estavam em terras nordestinas. A maior concentração de ofertas de emprego, no entanto, permanece no Sudeste, que foi responsável por 63% do aumento do nível de emprego com carteira assinada. Apesar de o emprego formal ter crescido 5% no ano, o ritmo de contratações foi reduzido. O crescimento em 2005 foi 17,7% inferior ao ritmo observado no ano anterior, quanto o saldo entre admitidos e demitidos ficou positivo em 1,523 milhão. Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a culpa foi dos juros altos. "Nossa querida, estimada Selic é o principal motivo da queda", disse o ministro, que tem a expectativa otimista de que a taxa básica cairá dos 18% anuais para 13% ao ano em 2006. A indústria teve um desempenho fraco no ano passado: gerou 177,5 mil vagas, menos da metade das 504,6 mil de 2004. Os serviços lideraram a abertura de postos de trabalho, com 569,7 vagas, seguida do comércio, com 389,8 mil novas vagas. A construção civil, por sua vez, gerou 85 mil empregos formais, uma alta de 8,4%. Apesar da perda de fôlego do mercado de trabalho, Marinho, entretanto, comemorou os números, pela média mensal de 104,449 mil vagas novas em 2005, ainda assim abaixo da média de 126,9 mil em 2004. É que a média mensal dos três anos de governo do PT ficou em 95 mil. "Fecharemos o primeiro mandato do presidente Lula com uma média mensal de 100 mil novos empregos", disse o ministro, revelando sua expectativa de reeleição neste ano. No acumulado 2003 a 2005 foram gerados 3,42 milhões de novos postos formais de trabalho. A meta para 2006 é de 1,5 milhão de novos postos, para chegar a 5 milhões, revelou Marinho, "isso só com carteira assinada, porque se juntarmos o mercado informal, como a agricultura familiar, entre outros, deve acumular 8 milhões." (Colaborou Raquel Salgado, de São Paulo)