Título: Portugueses investem em hotéis no Ceará
Autor: Heloisa Magalhães
Fonte: Valor Econômico, 18/11/2004, Empresas, p. B-2

No próximo dia 23 será anunciado em São Paulo o lançamento de um complexo turístico de portugueses no Ceará que prevê investimentos de R$ 700 milhões. Será na região de Prainha, a 20 km de Fortaleza. A proposta é construir oito hotéis, casas de praia, bangalôs, além de campo de golfe, quadras de tênis e um centro de convenções em terreno com frente de dois quilômetros para o mar. Batizado de Village Beach, tem como empreendedores o Ceará Investment Fund, fundo voltado a turismo criado pelo Banco Privado Português, do grupo hoteleiro Dom Pedro, que tem hotéis em Lisboa, no Algarve e na Ilha da Madeira, e também do empresário André Jordan, que criou complexo turístico Praia do Lago, no Algarve. Segundo João Oliveira Rendeiro, presidente do conselho e principal executivo do Banco Privado Português, a intenção é abrir esse investimento para empresários italianos, espanhóis e de outras nacionalidades que tenham estejam buscando oportunidades no país. Os portugueses, em termos de nacionalidade, são o terceiro grupo em visita ao Brasil, depois de argentinos e americanos. De acordo com o presidente do Dom Pedro, Stefano Saviotti, o início das obras está previsto para agosto de 2005. A expectativa é de que complexo turístico crie cinco mil empregos permanentes. "Será uma proposta semelhante à Quinta do Lago, no Algarve, mas a praia do Ceará é a mais bonita que já vi", disse ele que participou ontem em Lisboa do Fórum Brasil, promovido pela Fundação Luso Brasileira. O grupo Dias Branco, do Ceará, que atua na área de alimentos, é o dono da área. Outro investidor é o outro grupo português, o Sal Verde, que atua na área de turismo. Os empresários apostam que os vôos diários Fortaleza - Ilha do Sal (Cabo Verde) - Lisboa possam estimular esse intercâmbio, além do fuso horário. Pode-se almoçar em Lisboa e jantar no Brasil. A estratégia de unir um complexo hoteleiro a um condomínio residencial também vem sendo usada pela Odebrecht, que está erguendo 118 casas na Bahia, ao lado da Costa do Sauípe, resort do qual a construtora já foi sócia. Quase um quarto das residências está vendida para portugueses. O objetivo dos empreendedores ao colocar casas ao lado de hotéis é atrair moradores para uma área que já conta com infra-estrutura. Ao mesmo garante-se uma receita extra aos resorts, já que os moradores dos condomínios pagam para usar a área de lazer dos hotéis.