Título: Ganhos menores recolocam bolsas no vermelho
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Fonte: Valor Econômico, 23/01/2006, Finanças, p. C2

Os principais mercados acionários do mundo terminaram a semana em queda. As bolsas retroagiram diante de temores com a desaceleração do crescimento dos lucros de empresas e da já galopante alta dos preços do petróleo - o que também ajuda a derrubar os ganhos das companhias. Nos Estados Unidos, as baixas foram pesadas. O Dow Jones, principal indicador da Bolsa de Nova York, depois de ficar em alta até a metade do dia, terminou o pregão em baixa de 1,96%, para 10.667 pontos, entrando em terreno negativo em 2006, acumulando queda de 0,47% neste ano, em uma sessão na qual as receitas de Citigroup e da General Electric decepcionaram os investidores. O índice Standard & Poor´s 500 perdeu 1,83%, a 1.261 pontos. Os papéis do Citigroup estiveram entre as principais quedas, perdendo 4,69%. O maior banco dos EUA teve lucro e receita abaixo das estimativas dos analistas. O índice Nasdaq Composto, do setor de tecnologia, foi o que mais caiu no dia: 2,35%, a 2.247 pontos. O maior peso veio das ações do Google, que recuaram 8,47%, encerrando sua pior semana desde a estréia dos papéis na bolsa eletrônica, em agosto de 2004. O Google foi depreciado depois de o rival Yahoo divulgar receitas desapontadoras na terça-feira. A alta dos preços do petróleo também ajudou a puxar o mercado para baixo como um todo, com a cotação do barril superando os US$ 68, devido às preocupações com os planos nucleares do Irã, a ação de militantes contra empresas na Nigéria e a ameaça de Osama bin Laden de ataques contra os EUA. Na Europa, a semana também acabou no vermelho. As bolsas fecharam em queda na sexta-feira, abatidas pelo resultado abaixo do esperado da Infineon e pelo novo ciclo de alta do preço do petróleo. A Infineon, maior fabricante de chips da Europa, anunciou prejuízo operacional no primeiro trimestre duas vezes superior às previsões de analistas, e suas ações caíram 4,6%. O ambiente para negócios já se mostrava negativo depois de a segunda maior fabricante mundial de celulares, a americana Motorola, desapontar investidores com suas vendas e perspectivas, o que derrubou na Europa as ações da finlandesa e líder do setor Nokia em 1,95%. Os investidores estão cada vez mais nervosos após uma série de resultados fracos no início da temporada de divulgação de balanços em ambos os lados do Atlântico. Na sexta-feira, em Londres, o índice FTSE-100 caiu 0,37%, para 5.672 pontos. Em Frankfurt, o DAX despencou 1,51%, a 5.349 pontos. Em Paris, o CAC-40 teve queda de 0,84%, a 4.773 pontos.