Título: Previdência tem captação de R$ 1,5 bi em 3 semanas
Autor: Danilo Fariello
Fonte: Valor Econômico, 27/12/2005, EU &, p. D2

Fundos PGBL e VGBL registram aportes recordes e fundos de ações Petrobras sobem 10% neste mês

Nas primeiras três semanas de dezembro, os planos de previdência privada registraram captação líquida de R$ 1,5 bilhão em fundos do tipo Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL), segundo estudo do site Fortuna. Esse volume já é igual ao recorde de captação registrada em um único mês pelo Fortuna em dezembro do ano passado. A expectativa é de que essa quantia seja superada com folga, tendo em vista a aceleração do crescimento dos depósitos em previdência no fim deste ano. Em novembro, o volume registrado já foi de R$ 1,3 bilhão. Marcelo D'Agosto, sócio do Fortuna, explica que o volume deste mês foi inchado pela mudança de classificação de um fundo com patrimônio próximo de R$ 300 milhões e, portanto, o valor real de captação seria de cerca de R$ 1,2 bilhão. "Mesmo assim, é bastante provável que tenhamos um recorde de captação nos planos de previdência neste mês." Osvaldo do Nascimento, presidente da Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp), explica que a atenção sobre esses fundos aumenta neste mês porque termina o prazo para o investidor usar as vantagens fiscais da aplicação em PGBL na declaração anual completa. Por causa disso, as seguradoras intensificam as campanhas publicitárias e acabam atraindo aportes também para os planos do tipo VGBL. Nascimento explica que, no primeiro semestre, os depósitos encolheram bastante por conta das mudanças tributárias e a criação do regime de alíquotas regressivas, que confundiram os participantes. Muitos deixaram para aplicar agora, diz. O ganho extra normalmente obtido nesta época do ano, oriundo do 13º salário e outros bônus sazonais, também contribui com o aumento da captação. Segundo D'Agosto, do Fortuna, a líder em captação é a Bradesco Vida e Previdência, que apresenta média de depósitos de R$ 50 milhões por dia neste mês. O estudo mostra também que a rentabilidade média dos fundos dos tipos PGBL e VGBL está em 16,77% no ano, próxima da dos fundos de renda fixa, que avançam 17,51%, e dos DI, com 17,82%. Mas essa média da previdência é puxada pelo ganho maior obtido pelas carteiras de ações, que estão com desempenho superior este ano. Próximo do encerramento, o ano de 2005 já pode ser considerado sinônimo de sucesso para os investidores de fundos de ações. Na média, segundo o site Fortuna, essas carteiras têm rendimento de 25,24% até quinta-feira. Os principais destaques dessa categoria ficam por conta dos fundos de privatização. As carteiras Petrobras apresentam rentabilidade de 54%, em média, neste ano (10% só neste mês). No mesmo período, os fundos de ações da Vale do Rio Doce avançam 29%. Os fundos cambiais apresentam o pior desempenho no ano, com desvalorização de 10,73%, na média, pouco abaixo do recuo do dólar no período, de 12,39%. Neste mês, porém, essas carteiras superam as de ações, com ganho de 5,49%, graças ao esforço do governo de puxar o dólar. Além das carteiras referenciadas ao dólar ou ao euro, só os Fundos de Investimento no Exterior (Fiex) e os fundos off-shore apresentam perdas no ano. Os Fiex, que investem em títulos de renda fixa brasileiros no exterior, também foram prejudicadas pela queda do dólar ao longo deste ano. Mas voltaram a captar neste mês graças ao otimismo com a dívida externa.