Título: Rússia promete decisão rápida sobre embargo
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Fonte: Valor Econômico, 24/01/2006, Agronegócios, p. B10
Crise sanitária
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, informou ontem, que a Rússia deve se posicionar "o mais rápido possível" sobre o embargo à carne de oito Estados brasileiros, imposto após a confirmação de focos de aftosa no Mato Grosso Sul e do Paraná. Conforme nota do Ministério da Agricultura, Guedes Pinto, que está na Rússia, ouviu do diretor do Serviço de Supervisão Veterinária e Fitossanitária do país, Sergei Dankvert, a promessa de tomar, "o mais rápido possível", uma decisão sobre o bloqueio. Guedes sugeriu à Rússia que restrinja o embargo ao Mato Grosso do Sul e ao Paraná. Hoje, o bloqueio afeta também Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Minas Gerais Guedes entregou ao governo russo informações adicionais sobre os focos de aftosa. Segundo a Folhapress, citando a Interfax, Dankvert disse que deve estudar o material e informar sobre a decisão russa em dois ou três meses. Também ontem, as equipes da missão da União Européia que vieram verificar as medidas para controle da aftosa iniciaram viagem. Uma equipe da área de saúde animal se deslocou para Porto Alegre, onde visitará o Lanagro. Depois irá ao Paraná e Mato Grosso do Sul, onde vai inspecionar regiões dos focos. Uma equipe de saúde pública se dirigiu a São Paulo, onde visitará frigoríficos, depois vai ao Paraná (frigoríficos e porto de Paranaguá) e também a uma fazenda de Bagé (RS). E a divulgação do resultado da sorologia de 2,2 mil amostras coletadas em propriedades do Paraná onde havia suspeita de aftosa foi adiada. Na sexta, técnicos do Ministério e da Secretaria da Agricultura do Estado reuniram-se em Brasília para analisar os laudos feitos no Lanagro de Porto Alegre de material coletado em Amaporã, Grandes Rios, Loanda e Maringá. A expectativa era de que o teor dos exames saísse ontem. O coordenador de combate a doenças do Ministério, Jamil Gomes de Souza, informou que o Paraná ficou de levantar mais dados para juntar aos exames. "É preciso agregar mais informações, até para evitar polêmicas". Ele disse que o Ministério pediu para que o Estado investigue boatos que circulam sobre novos focos no Noroeste do Paraná. "Suspeita de doença vesicular é rotina. Cabe investigar para confirmar ou descartar."