Título: ONU prevê que mundo crescerá 3%
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Fonte: Valor Econômico, 25/01/2006, Internacional, p. A7

Perspectivas 2006 Relatório calcula que expansão do Brasil será igual à média global

A economia do mundo vai crescer um pouco mais de 3% neste ano, segundo relatório divulgado ontem pela ONU. A organização, no entanto, diz que perspectiva de aumento do petróleo, um surto de gripe aviária e uma queda nos valores de imóveis pode ameaçar a suave desaceleração do crescimento econômico em relação ao ano passado. A expansão deve perder ritmo na maior parte do mundo industrializado em 2006 - registrando 3,1% nos EUA, 2,1% na Europa e 2% no Japão. Também de acordo com o relatório "Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2006", os países em desenvolvimento devem crescer a uma taxa de 5,6%. A China e a Índia continuam como as economias mais dinâmicas do planeta. Os demais países do Sudeste Asiático devem crescer mais de 5%. A América Latina fica atrás, com uma taxa de crescimento de 3,9%, já que as maiores economias, do Brasil e do México, patinam. A expansão do continente africano deve apresentar novamente resultados acima de 5%. De acordo com o relatório, a economia do Brasil terá expansão de 3% neste ano, contra 6% da Argentina, 5,5% do Chile, 4,5% da Colômbia e 5,6% da taxa média de expansão projetada para os países emergente. Os juros altos e a valorização do real frente ao dólar, com conseqüente impacto negativo sobre as exportações, são apontadas pela ONU como principais causa da baixa expansão da economia brasileira. Preparado em parte pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, o estudo anual de 160 páginas mostra que as economias dos países menos desenvolvidos _ alavancadas por preços maiores das commodities _ irão crescer 6,6% neste ano. Por outro lado, qualquer cenário que leve a uma queda na cotação das commodities irá afetar negativamente esse grupo de 50 nações. Segundo José Antonio Ocampo, sub-secretário para Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, um dos maiores fenômenos ameaçando as perspectivas de crescimento balanceado para a economia mundial é a chamada "anemia de investimentos". "É universal, com a exceção da China", disse Ocampo em Nova York, na apresentação do relatório. "Nós enfatizamos que o maior desafio é a recuperação dos investimentos em muitas partes do mundo.