Título: OIT diz que desemprego mundial apresentou alta recorde em 2005
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Fonte: Valor Econômico, 25/01/2006, Internacional, p. A7

Apesar do crescimento mundial de 4,3% em 2005, o desemprego chegou a uma alta recorde, atingindo 192 milhões de pessoas em todo o planeta, diz a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em seu estudo anual sobre as tendências de trabalho e emprego. Depois de dois anos de diminuição, o desemprego conservou-se no patamar de 6,3% - como o número de pessoas a entrar no mercado continua crescendo, a manutenção da mesma taxa significa que há mais gente desempregada. O relatório mostra que, principalmente nos países menos desenvolvidos, as políticas de governo não conseguiram transformar crescimento econômico em aumento significativo no mercado laboral. Os mais jovens são os mais atingidos: as pessoas entre 15 e 24 anos, que respondem por 25% da força de trabalho mundial, têm três vezes mais chances de ficar sem emprego de que os trabalhadores mais velhos. Além disso, cerca de 50% de todos os 2,8 bilhões de trabalhadores do mundo vivem com US$ 2 por dia - o que a OIT considera como linha de pobreza. E apenas 3% dos 500 milhões de trabalhadores que vivem com menos de US$ 1 por dia conseguiram melhorar suas situações e aumentar seus rendimentos acima desse limite, o de extrema pobreza. "Estamos enfrentando uma crise mundial de proporções gigantescas", disse o diretor-geral da OIT, Juan Somavia. "Precisamos de novas políticas e novas práticas para tratar desse problema", concluiu. Porém, por causa do aumento da mão-de-obra mundial, há cerca de 2,2 milhões de desempregados a mais do que em 2004. Na Ásia, a taxa geral apresentou alterações quase insignificantes. O maior aumento no desemprego foi registrado na América Latina e no Caribe, onde subiu 0,3 ponto percentual, alcançando 7,7% no ano passado. Nas economias mais desenvolvidas, ele caiu de 7,1% em 2004 para 6,7% em 2005. A região com mais alta taxa de desemprego continua sendo o Oriente Médio e o Norte da África, com 13,2%. A África Subsaariana mostrou uma melhora pequena, ficando em 9,7%. Entretanto a região foi a única em que cresceu o número de trabalhadores vivendo abaixo da linha de extrema pobreza: mais 2,5 milhões de pessoas entraram nessa categoria.