Título: Lula pode ser convidado de novo, se reeleito
Autor: Assis Moreira De Davos (Suíça)
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2006, Brasil, p. A4

Em Davos acontecem cenas esquisitas: debate em inglês sobre um país - por exemplo, o Brasil - onde quase todo mundo (empresários, autoridades, jornalistas) é desse mesmo país. Nenhum presidente da América Latina estará presente este ano na estação de esqui. Em 12 países da região haverá eleições e as autoridades preferiram fazer campanha. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já esteve em Davos duas vezes, foi um dos únicos que confirmaram sua vinda este ano - para cancelá-la duas semanas depois. Klaus Schwab diz que voltará a convidar Lula "se ele for reeleito". Afinal, Davos não é lugar para perdedor. "Eu discuti em Madri com o presidente Zapatero (José Luis, o chefe do governo espanhol) como reforçar a presença da América Latina no fórum", diz o presidente do FEM, sem indicar se quer mostrar intimidade com Zapatero ou se acha que as decisões passam realmente é pela Espanha, hoje um dos maiores investidores na região. A banqueira espanhola Ana Maria Botin, apontada como a principal empresária da Europa, é uma das coordenadoras do fórum. Boa parte das vezes, presidentes ou alguns ministros de peso da América Latina vêm a Davos presidir um almoço-seminário que o fórum organiza em algum hotel da cidade. Acontece muitas vezes de a maioria de os participantes (empresários, autoridades, jornalistas) serem do mesmo país - por exemplo, o Brasil - e todos serem obrigados a falar inglês por duas horas seguidas. (AM)