Título: Cobra Tecnologia restringirá atuação
Autor: Ricardo Cesar
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2006, Finanças, p. C2

As mudanças do Banco do Brasil (BB) respingaram também na Cobra Tecnologia, a integradora de sistemas da instituição financeira. Nos últimos três anos, a Cobra tentou ampliar sua atuação para conquistar outros clientes além de seu controlador. As medidas, no entanto, geraram protestos de concorrentes privados. A empresa foi acusada de usar sua condição de companhia pública para ganhar contratos sem licitação e depois "quarteirizar" o trabalho para parceiros. Embora a Cobra não tenha desistido de atender outros clientes, o vice-presidente de tecnologia e logística do BB, José Luiz de Cerqueira César, afirma que o banco quer que sua controlada fique focada em prestar serviços apenas nas áreas que são estratégicas para o banco. "Queremos que a Cobra tenha foco em serviços que garantam escala. Ela precisa fazer menos coisas, mas cada uma delas com mais volume", diz. Venda e instalação de equipamentos que são commodity, por exemplo, devem perder espaço. Também os projetos de integração de sistemas que Cerqueira César define como "feitos sob medida" - aqueles que atendem apenas a uma necessidade específica do BB - estão fora dos novos planos. Já os serviços bancários que são prioridade para o Banco do Brasil, mas que também interessam a outras instituições financeiras, serão incentivados. "A Cobra não deve fazer projetos que não podem ser replicados para os demais clientes." Cerqueira César credita parte das dificuldades da Cobra ao fato de ter "aberto demais o espectro de atuação." No entanto, a companhia tem R$ 650 milhões anuais em contratos já fechados para 2006 e 2007. "A Cobra é um ativo importante do BB. É a maior empresa de logística e assistência técnica com cobertura nacional", diz. "Garantindo escala e melhorando a eficiência operacional, essa estrutura será melhor aproveitada." (RC)