Título: Combustíveis levam IGP-M a 0,92%, o nível mais alto desde agosto de 2004
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 31/01/2006, Brasil, p. A3

Os combustíveis superaram as tradicionais pressões de início de ano e representaram o impacto mais significativo na taxa de inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), segundo dados divulgados ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Combustíveis para o atacado e o varejo representaram 27% da inflação de janeiro. A alta da cadeia do álcool teve papel decisivo na maior pressão nos preços. Com o aumento de preços de gasolina, álcool hidratado e óleo combustível, o IGP-M atingiu em janeiro alta de 0,92%, a maior taxa de inflação desde agosto de 2004, quando o indicador havia apurado alta de 1,22%. "Combustíveis como gasolina, álcool e óleo representaram a alta mais importante, mas o índice também sofreu efeitos da alta de oja, café, commodities metálicas e altas localizadas, como a dos produtos de higiene e limpeza, causadas por tentativas de recomposição de margens", afirmou o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros. No atacado, combustíveis e lubrificantes registraram alta de 2,57% em janeiro, após deflação de 2,59% em dezembro. A maior alta entre os combustíveis ficou com a cadeia do álcool. O efeito foi de tal magnitude que levou a gasolina vendida ao consumidor a uma alta de 1,39%. A gasolina tem em sua composição 25% de álcool. O álcool combustível ao consumidor registrou alta de 8,85%. Em dezembro, ele já havia ficado 1,92% mais caro. A alta da cadeia do álcool não se restringiu ao combustível vendido nas bombas. A cana-de-açúcar apurou variação de 4,52%, após alta de 1,58% em dezembro. O álcool etílico hidratado no varejo registrou alta de 7,24%. Além da entressafra da cana-de-açúcar, que contribui para tornar os preços mais elevados, Quadros destaca que o preço do açúcar no mercado internacional atingiu o maior nível desde o início da década de 1980.