Título: Sem comissionados
Autor: Nobre, Letícia
Fonte: Correio Braziliense, 12/05/2010, Economia, p. 12

Servidores da carreira de Especialista em Meio Ambiente entregaram, ontem, uma lista com nomes de 580 fiscais ambientais federais (função de confiança) e de 150 chefes comissionados que abriram mão dos cargos e do ganho extra em protesto contra o impasse nas negociações perante o governo federal. A greve da categoria completa um mês e sua legalidade será julgada hoje no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Fizemos o que nenhum funcionário público já fez. Deixamos nossos cargos comissionados à disposição dos órgãos, disse Jonas Moraes Corrêa, presidente da Asibama, entidade que representa a maioria dos 8 mil servidores da carreira. Eles estão sendo intransigentes. A reorganização da carreira começou em 2004 e, se aceita, só deve ser posta em prática em janeiro. Portanto não terá impacto no orçamento deste ano, acrescentou Egaz Ramirez, diretor do Sindicato dos Servidores Públicos do Distrito Federal (Sindsep-DF) e especialista em meio ambiente. A partir de julho, o piso recebido por técnicos e analistas que trabalham no Instituto Chico Mendes, Ibama, Ministério do Meio Ambiente e Serviço Florestal Brasileiro será de R$ 3,6 mil e R$ 5 mil, respectivamente. Para Ramirez, os valores representam a desvalorização do servidor. Outros órgãos que, em 2002, recebiam o mesmo que nós, têm o dobro da remuneração hoje. Somos essenciais nas autorizações ambientais das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e nos números da queda nos desmatamentos que o governo comemora. Entre as reivindicações estão a criação da gratificação por atividade ambiental, adicional de qualificação e incorporação dos agentes administrativos do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo à carreira. Sem incentivo, vamos continuar tendto uma grande evasão de pessoal. De 2002 para cá, perdemos 30% do nosso efetivo, lamentou Corrêa. (LN)