Título: Superávit comercial de janeiro ultrapassa o do ano passado
Autor: Assis Moreira
Fonte: Valor Econômico, 27/01/2006, Brasil, p. A4

A balança comercial brasileira apresentou saldo de US$ 2,2 bilhões do começo deste ano até a quarta-feira, resultado de exportações de US$ 7,5 bilhões e importações de US$ 5,3 bilhões. O desempenho foi comemorado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, ao receber em Davos os dados confidenciais. Ele notou que, faltando quatro dias para fechar o mês, as exportações já alcançaram o mesmo montante de janeiro do ano passado. A média das exportações diárias está crescendo, segundo o ministro, estando agora em US$ 420 milhões. Isso significa que o mês de janeiro pode fechar com exportações por volta de US$ 9 bilhões, como o governo estava prevendo. Por sua vez, a média de importações também está crescendo, alcançando US$ 300 milhões por dia. No acumulado até quarta-feira, as exportações bateram US$ 119 bilhões em um ano. Furlan acredita que, pelo ritmo, não haverá problemas para a meta de US$ 132 bilhões em vendas externas, estipulada para este ano, ser alcançada. A agenda do ministro ontem em Davos visava claramente tentar convencer grandes empresas de tecnologia da informação a aumentar os investimentos no Brasil e usar o país como plataforma de exportações. Furlan encontrou-se ao longo do dia com o chairman da Dell, Michael Dell, com o presidente da empresa de semicondutores AMD, Hector Ruiz, com o presidente da Intel, Craig Barrett, e com executivos da Microsoft. Essas empresas se mostram mais interessadas no Brasil porque acham que há espaço para seus produtos, depois de verificada a redução de 12% do chamado mercado cinza (computador sem marca). A Intel vai reavaliar o mercado brasileiro. Acha que há espaço para vender mais computadores móveis (laptops), já que o país tem apenas a metade do volume do México. A Intel também quer treinar 2 milhões de professores no mundo e distribuir 150 mil computadores, incluindo o Brasil nesse projeto. O CEO da Unilever, Patrick Cescau, deixou claro que a empresa também quer exportar do Brasil. Mas conta com a redução de imposto sobre produtos da cesta básica (alimentos, material de higiene, etc) para aumentar as vendas no país. Furlan também se encontrou com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutierrez. Ele disse que existe a possibilidade de uma parceria com os americanos na área do etanol. Indagado sobre a possibilidade de fornecimento sustentável do produto, Furlan afirmou que o Brasil tem capacidade para dobrar a produção em dez anos. Amanhã, o ministro do Desenvolvimento deve se reunir com a vice-presidente da HP, Ann Livermore. (AM)