Título: Davos promove, em abril, fórum regional no Brasil
Autor: Assis Moreira
Fonte: Valor Econômico, 30/01/2006, Especial, p. A12

Depois de ter ignorado a América Latina em seu encontro anual, encerrado ontem em Davos, a empresa Fórum Mundial de Economia passou a promover um fórum regional em São Paulo, em abril, para homens de negócios " capitalizarem as oportunidades econômicas da região " . O grupo Elektra, do México, e o Banco Argentaria, da Argentina, serão os parceiros " regionais " . Audi, AMD, KPMG, Merck, Nestlé e Pepsico serão os " parceiros estratégicos " . Todos pagam parte da fatura, assim como boa parte dos 250 " líderes " que a empresa diz esperar em São Paulo. Moises Naim, editor da revista " Foreign Policy " , de Washington, que será um dos debatedores em São Paulo, vê a América Latina como " uma Atlântida, o continente perdido " . Diz ser difícil competir com China e Índia em atrativo econômico, mas, sobretudo, vê " uma falência de idéias na região, deixando um vazio que está sendo ocupado por idéias fracassadas do passado, como fazem Chávez, na Venezuela, e Morales, na Bolívia " . No encerramento do Fórum de Davos, os principais moderadores fizeram um balanço de mais de 200 sessões de debates sobre os " desafios que o mundo enfrenta hoje " . Além da ascensão de China e Índia, esses desafios, segundo eles, incluem alterações na economia, necessidade de novos empregos, e aumento de tensões sociais no mundo. As respostas são " construir confiança " em instituições públicas e privadas, reforçar " lideranças efetivas, inovar e criar " . O presidente do Fórum, Klaus Schwab, recomendou que os participantes não esqueçam de pensar " global " . As questões de segurança energética ocuparam um bom espaço na programação deste ano. Executivos e analistas chegaram a se reunir a portas fechadas para um " exercício de cogitação geopolítica " de quatro horas, para simular o que fazer se o preço do barril chegar a US$ 120. No dia seguinte, os mesmos participantes disseram que tudo ia bem no mundo do petróleo e criticaram os " petropessimistas " .