Título: Receita da transmissão crescerá 44% em 2006
Autor: Leila Coimbra e Vera Saavedra Durão
Fonte: Valor Econômico, 30/01/2006, Empresas &, p. B1

O negócio da transmissão de energia é um filão atrativo. A Lafis Consultoria elaborou um estudo no qual prevê que as empresas que atuam no segmento terão um incremento de 44% na sua receita em 2006. Além disso, a extensão das linhas, em km, crescerá 326% neste ano, enquanto no ano passado a expansão foi de apenas 0,9%. Muitas das linhas leiloadas há dois ou três anos estão entrando em operação agora e isso deverá encarecer ainda mais a tarifa para o consumidor final, já que os custos de construção dessas linhas são repassados aos usuários. As empresas de transmissão argumentam que houve aumento dos preços do aço, do alumínio, do cobre e do plástico, o que encareceu o segmento de transporte de energia. Além disso, as donas das concessões de transmissão enfrentam problemas nas negociações dos equipamentos necessários para a construção das novas linhas leiloadas no ano passado. Mas a principal queixa dos grandes consumidores industriais não é com relação aos preços pagos à transmissão, mas sim os valores pagos às concessionárias distribuidoras. "Existe uma grande diferença para o consumidor industrial na conta elétrica se ele é ligado à rede básica, da distribuidora, ou não", diz o diretor de energia da fabricante de alumínio Novelis (ex-Alcan), Claudio Campos. De fato, o estudo elaborado pela consultoria Lafis aponta que os custos de transmissão representarão um aumento de apenas R$ 10 nesse ano para os consumidores, já que as tarifas do transporte em alta tensão são divididos igualmente entre todos os consumidores. Mas, já o pedágio pago à distribuidora, esse sim está impactando nos investimentos, segundo as indústrias. Levantamento feito pela consultoria Andrade e Canellas simula a evolução da tarifa de uso do fio cobrada pela Cemig, de um consumidor típico de 100 MW, com consumo médio anual de 858,40 GWh-ano. A simulação mostra um aumento real de 269% nos últimos quatro anos (descontada a inflação).