Título: Emprego e renda crescem na indústria em setembro
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 19/11/2004, Especial, p. A-12

O emprego na indústria atingiu em setembro o maior patamar desde janeiro de 2001, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou a Pesquisa de Emprego e Salário na Indústria. De agosto para setembro, o setor contratou 1% a mais de mão-de-obra, na quinta alta consecutiva neste tipo de comparação. A pesquisa também apurou expansão de 0,3% na folha de pagamento industrial (total de salários mais benefícios) em setembro em relação a agosto. Na comparação com setembro de 2003, a alta da folha de pagamento foi de 10,2%. A folha média real, que equivale ao que cada empregado recebeu, também registrou crescimento na comparação com setembro do ano passado, de 6,5%. Segundo a gerente da pesquisa, Isabella Nunes Pereira, os rendimentos reais estão crescendo na indústria, em parte, por conta do aumento do contingente de trabalhadores, mas também pela manutenção dos preços. No confronto com setembro do ano passado, a indústria registrou aumento de 3,5% no total de postos de trabalho. Na avaliação do técnico da coordenação de Indústria do IBGE André Macedo, o bom resultado para o mercado de trabalho formal do setor reflete a expansão da produção apresentada ao longo de 2004. A produção cresceu por seis meses consecutivos até agosto e estabilizou em setembro deste ano. "Todos os resultados para o mercado de trabalho da indústria devem-se ao maior dinamismo da atividade industrial", afirmou Macedo. Ele diz que a alta do emprego ocorre de forma espalhada entre os setores e regiões pesquisadas, puxada por segmentos exportadores ou aos relacionados à produção de máquinas, equipamentos, automóveis e eletrodomésticos. A indústria do Rio foi a única a demitir em setembro quando se compara com setembro do ano passado. Enquanto a indústria nacional teve uma alta média de 3,5%, no Rio, o contingente de trabalhadores foi reduzido em 2%. Os setores que mais influenciaram nas demissões da indústria fluminense foram os de alimentos e bebidas e de metal, que diminuíram seus postos de trabalho em 14,5% e 21,9%, respectivamente. São Paulo e Minas Gerais, ao contrário, foram os que mais ajudaram a elevar o nível do emprego, com altas de 2,2% e 7,4%, respectivamente, no total de postos de trabalho. Segundo o técnico André Macedo, o Rio de Janeiro tem uma indústria mais relacionada ao mercado interno, cujo desempenho tem sido pior. Além disso, os setores que pesam mais na indústria do Estado são menos intensivos em mão-de-obra, como o de extração de petróleo e gás. Nas pesquisas industriais do IBGE, o setor naval, em expansão, não está representado. O motivo é que a nova pesquisa de produção industrial do IBGE, cuja nova série foi iniciada em 2001, levou em conta os segmentos de maior peso durante os anos de 1998, 1999 e 2000, quando a indústria naval ainda estava em crise.