Título: Klabin inicia novo plano de expansão em 2005
Autor: Vanessa Jurgenfeld
Fonte: Valor Econômico, 19/11/2004, Empresas, p. B-1

A Klabin pretende iniciar em 2005 um grande plano de investimentos de cinco anos. A empresa está elaborando um planejamento para elevar sua capacidade de produção dos atuais 1,5 milhão de toneladas de papel para 2 milhões de toneladas/ano. E cogita realizar a etapa de conversão - transformação de papel em caixas e sacos - em uma unidade no exterior. A companhia ainda não definiu quanto deverá ser investido nos próximos cinco anos, e deve se reunir com o conselho de administração para a discussão do planejamento. A ampliação da capacidade instalada deve começar a partir da planta de Monte Alegre (PR), que hoje produz 620 mil toneladas, e chegar às unidades industriais de Santa Catarina em um segundo momento. O diretor geral da Klabin, Miguel Sampol Pou, afirma que 2004 foi um bom ano para a companhia e passado o processo de reestruturação e retomada a sua saúde financeira após venda de ativos, é o momento de um grande plano de investimentos. "Estamos nos esforçando muito. Não temos ainda decisões, mas temos caminhos que estamos perseguindo", diz. A indústria, que em 2003 vendeu a Riocell, a Bacell e 50% da Klabin Kimberly, gerando caixa para pagamento de dívidas - no final de 2002 estavam em cerca de R$ 2,8 bilhões -, está se preparando para um novo salto. "Nosso desempenho agora está se mostrando bastante consistente. Fechamos os nove primeiros meses do ano com um bom resultado com base em índices financeiros. O nosso endividamento, que já foi muito elevado, agora é baixo, cerca de metade da nossa geração de caixa anual", justifica o executivo. Com a reestruturação, a empresa decidiu focar as operações em papéis e cartões de embalagem, papelão ondulado e sacos de papel, segmentos que considerou de maior valor agregado. Hoje, de acordo com Sampol, o resultado é o parque industrial da Klabin operando no máximo de sua capacidade instalada. Segundo Sampol, já no fim de 2003 a empresa já estava operando em processo de recuperação financeira e realizou, ao longo de 2004, alguns investimentos. A empresa investiu cerca de R$ 350 milhões, entre outros projeto na ampliação da unidade de Telêmaco Borba (PR), com vistas à exportação. "Vemos um bom potencial na Ásia e também na Europa", diz o executivo. Na opinião do Sampol, a China tem se mostrado atraente pelo seu crescimento econômico e ele vê potencial principalmente no mercado de papel-cartão. Neste ano, a Klabin já enviou cerca de 20 mil toneladas para o mercado chinês. "Em 2005, podemos praticamente dobrar isso", afirma. Segundo Sampol, o desempenho em 2004 foi até agora um pouco melhor do que a empresa esperava, mas ele preferiu não precisar quanto. A Klabin deve fechar o ano com vendas brutas de cerca de US$ 1 bilhão. O volume de exportações de 2004, previsto no início do ano para atingir US$ 250 milhões, 17% a mais do que em 2003, deve fechar perto deste valor, segundo o executivo. O que preocupa a empresa, neste momento, é continua queda da cotação do dólar. Sampol esteve em Santa Catarina ontem no evento de divulgação da conquista de certificado ambiental para suas florestas catarinenses. O selo, que em linhas gerais demonstra que a empresa maneja florestas com responsabilidade social, ambiental e econômica, foi concedido pela Forest Stewardship Council (FSC) - entidade mundial sem fins lucrativos que fez avaliação da empresa durante um ano. O diretor geral da Klabin acredita que a certificação - que em 1998 foi dada às florestas paranaenses - reforça a presença da companhia junto aos seus clientes e ajuda na abertura de novos mercados. A Klabin opera cinco unidades em Santa Catarina, na região serrana. Possui florestas, principalmente de pinus, nos municípios de Correia Pinto, Lages e Otacílio Costa.