Título: Resultados no combate à violência serão principal trunfo de Alckmin
Autor: Cristiane Agostine
Fonte: Valor Econômico, 31/01/2006, Política, p. A5

Com discurso de candidato, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, mostrou que usará o o combate à violência como bandeira de campanha presidencial, caso seja o escolhido pelo PSDB para a disputa. O tucano propagandeou ontem, em clima de comício, a queda de índices de criminalidade no Estado e a redução de quase 50% da taxa de homicídios em relação a 1999. O problema da segurança estadual ainda está no combate a roubos e furtos de veículos, que aumentaram, assim como o número de seqüestros e roubos de cargas. "É o segundo menor índice desde 1996, com redução de praticamente quase todos os índices de criminalidade do Estado", comemorou Alckmin, ontem, depois do anúncio dos dados, em São Paulo. Como conseqüência direta da queda do índice de homicídios por 100 mil habitantes, de 35,3 em 1999 para 18,2 em 2005, a expectativa de vida dos paulistas aumentou 1,6 ano, quando comparado o resultado de 2004 com o de 2000. Para as mulheres, a expectativa cresceu de 76 para 77,2 anos e para os homens, de 67,1 para 69,1 anos. No embalo dos investimentos em segurança, o governador também anunciou aplicação de R$ 18 milhões na informatização da área de segurança, do instituto de identificação. Mesmo com resultados positivos, a segurança no Estado ainda apresenta sinais que revelam a dificuldade do governo estadual em lidar com os problemas da área. Quinze dias atrás, grupos supostamente liderados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) atacaram postos policiais, viaturas e policiais, marcando a terceira onda de ataques do crime organizado desde 2002. O governo supõe que a organização criminal PCC estaria também envolvida na série de rebeliões na Fundação do Bem Estar do Menor (Febem) do ano passado, que registrou recorde de fugas e teve a média de uma rebelião por semana no primeiro semestre. O secretário de Segurança, Saulo de Castro Abreu, disse que a solução dos problemas relacionados ao menor infrator ainda está longe de acontecer. "O número de prisões de menores aumentou em mais de 200%. Eles acham que a polícia não vai atuar", disse. A soma de furto e roubo de veículos aumentou 0,5%, considerado pouco por Alckmin, mas indica a dificuldade do governo em diminuir esse tipo de crime. No ano passado, 187.225 veículos foram roubados ou furtados. Os seqüestros-relâmpagos, crime freqüente no Estado, não entram nas estatísticas de seqüestro, que ainda assim aumentaram de 112 casos para 133. Os números devem engrossar o discurso do pré-candidato Alckmin pelo país. No próximo fim de semana, o governador paulista irá para Dourados e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para fazer campanha.