Título: Ações do Banco do Brasil sobem 6,6%
Autor: Altamiro Silva Júnior e Alex Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 02/02/2006, Finanças, p. C3

As ações do Banco do Brasil voltaram a subir forte ontem, com a informação de que o governo pretende vender uma participação do banco para investidores estrangeiros. Os papéis fecharam com alta de 6,6%, a segunda maior do dia. No mercado de aluguel de ações, a procura por papéis do BB disparou e as taxas cobradas pelo aluguel superam os 18%, uma das mais altas entre todas as ações da bolsa. Praticamente não havia papéis do banco para alugar ontem no sistema da bolsa. Eram menos de 800 ações disponíveis. Já quem quisesse alugar as ações preferenciais do Itaú, tinha mais de 3 milhões de papéis disponíveis, com taxas máximas de 4%. No Bradesco, eram mais de 2 milhões e as taxas de até 2,1%. O BB não se pronunciou sobre a possibilidade de permitir que investidores estrangeiros ampliem a participação em seu capital. De forma reservada, porém, fontes do governo confirmaram ao Valor que o assunto é objeto de estudo pelo Banco Central e pelo Tesouro. Pelo dado oficial mais recente, do balanço de setembro, os investidores estrangeiros detinham 3,4% do capital do Banco do Brasil. Depois que foi divulgado relatório pela Merrill Lynch recomendando a compra de papéis do banco, a participação elevou-se, chegando próximo do limite de 5,6% para a participação de investidores estrangeiros no capital do BB. A maior participação de estrangeiros no BB faz parte, na verdade, de um projeto maior para a entrada da instituição no Novo Mercado, para empresas com boas práticas de governança corporativa. O BB estuda há alguns anos entrar neste segmento. Chegou perto de fazer uma oferta de ações, em dezembro de 2002, mas desistiu no último momento (o banco já tinha feito até as apresentações para os investidores). Na época, havia grande incerteza sobre como seria o governo Lula e os grandes investidores não se interessaram. Como o total de ações do banco no mercado ("free float") do banco é baixo (de 6,9% do capital), suas ações são muito procuradas para alugar. Segundo dados da Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), até o dia 31, 4,3 milhões de papéis do banco estavam alugados (equivalentes a R$ 228 milhões). Entre os dias 10 e 31, as taxas médias para alugar o papel ficaram em 15%, mas fontes ouvidas pelo Valor dizem que elas chegaram a superar os 20%. Com os papéis PN do Bradesco, que têm liquidez maior, as taxas médias ficaram em 2% no mesmo período.