Título: Apesar do embargo, cresce a venda de suínos à Rússia
Autor: Mauro Zanatta
Fonte: Valor Econômico, 03/02/2006, Agronegócios, p. B11

O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Rubens Valentini, afirmou ontem que o embargo da Rússia por causa de focos de aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná não afetou as exportações do segmento a ponto de deprimir os preços da matéria-prima, o suíno vivo. Em reunião com 11 presidentes de associações estaduais, em Belo Horizonte, Valentini informou que os embarques de carne suína subiram de 19,2 mil para 23,1 mil toneladas na comparação entre janeiro deste ano com o mesmo período de 2005, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). "O governo e a indústria têm dito que os preços do suíno caíram porque a Rússia está fechada. Os números oficiais provam o contrário. O comércio não parou. Foi só uma questão retórica que serviu para a indústria explorar as condições do mercado interno", afirmou. Segundo ele, o quilo do suíno vivo despencou, de dezembro para janeiro, de R$ 2,40 e R$ 2,50 para R$ 1,40 a R$ 1,70. "Os produtores são culpados por não saber usar essa informação. Aí, a indústria tirou proveito", resumiu. Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), refuta a afirmação e diz que houve crescimento nas vendas externas, apesar do embargo, porque a Rússia deu autorização para que as empresas brasileiras exportassem carne suína produzida antes de 12 de dezembro de 2005. Como houve greve dos fiscais agropecuários em novembro, as indústrias estavam estocadas e por isso conseguiram exportar volumes produzidos antes dessa data, explicou. Ele observou ainda que os preços aos produtores estão em queda porque a carne suína está pressionada no mercado interno em função da concorrência com as carnes bovina e de frango.(Colaborou Alda do Amaral Rocha, de São Paulo)