Título: No Brasil, companhia tem interesse especial no mercado financeiro
Autor: Sarah Lacy BusinessWeek
Fonte: Valor Econômico, 10/02/2006, Empresas &, p. B2

Quem pensa na Adobe - principalmente depois da fusão com a Macromedia - logo lembra dos programas que fizeram a fama da companhia, como o Photoshop e o PageMaker (hoje substituído pelo InDesign), voltados para a diagramação de jornais e revistas e a criação de sites na web. A percepção não está errada, mas na América Latina a empresa tem tentado explorar oportunidades em áreas diversas. As agências publicitárias e companhias de mídia não perderam a importância, mas em toda a região, especialmente no Brasil, o foco está sobre um público bem diferente: os bancos. "Na região, existem três segmentos verticais que queremos explorar: o financeiro, o governo e o de mídia, mas no Brasil o destaque é o mercado das instituições financeiras", diz a colombiana Marta Clark, diretora de vendas da Adobe na América Latina. As escolas e universidades também representam uma oportunidade interessante, afirma a executiva. O interesse pelos bancos no Brasil é decorrente do forte histórico de investimento do setor em tecnologia nos últimos anos. Nesse mercado, a principal aposta da Adobe é o Flex, um software que ajuda a integrar novas tecnologias com programas mais antigos, os chamados sistemas legados. A Adobe também tem fortes expectativas em relação ao Acrobat, software que converte arquivos de vários tipos ao formato de documento eletrônico PDF, desenvolvido pela própria companhia. Para ler arquivos em PDF, os usuários só precisam instalar no computador o programa Adobe Reader, que está disponível de graça na internet. Para converter os arquivos ao formato, no entanto, é preciso comprar o Acrobat, que é pago. A unificação das estruturas da Adobe e da Macromedia na América Latina foi simples, diz Marta. Atualmente, cerca de 35 pessoas trabalham na divisão, distribuídas pelos escritórios no Brasil e no México, além de Miami, onde ficam as operações dos demais países da região. A estrutura de distribuição não mudou e continua baseada em dois distribuidores e 30 revendas certificadas, que desenham ofertas sob medida aos clientes. Mas se a integração foi rápida, a empresa enfrenta outros desafios regionais, como a pirataria. "É um dos principais problemas", diz Luis Maian, gerente de canais da Adobe na América do Sul. No Brasil, a empresa estima que o índice de pirataria sobre seus produtos é semelhante ao do mercado de software em geral: 64% das vendas, segundo dados da consultoria IDC.