Título: Alemanha puxa UE para baixo
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Fonte: Valor Econômico, 15/02/2006, Internacional, p. A13

A zona do euro cresceu menos do que o esperado no último trimestre de 2005, puxada para baixo pelos resultados das maiores economias do bloco. A Alemanha teve crescimento zero no trimestre; a França cresceu apenas 0,2%. Mas o empresariado alemão - apesar de o crescimento da Alemanha ter sido decepcionante - confia numa recuperação neste ano ano, apontam duas pesquisas feitas no país. A economia da zona do euro cresceu 0,3% no quarto trimestre de 2005, quando comparada ao trimestre anterior. No total, os 12 países de moeda única cresceram 1,3%, quase um terço do crescimento dos EUA, que foi de 3,5%. A economia alemã ficou estagnada no último trimestre. Mas a câmara de indústria e comércio alemã (DIHK, na sigla em alemão) aumentou sua previsão de crescimento para o país em 2006 de 1,5% para 2%. Enquanto isso, o instituto alemão ZEW divulgou seu índice de confiança do empresariado: 69,8 pontos em fevereiro. Fica próximo dos 71 pontos anotados em janeiro e que foram recorde em dois anos. Essa foi a última de uma série de pesquisas que mostram que a confiança na economia alemã vem aumentando - em parte por causa da Copa do Mundo de futebol, que tem o país como sede neste ano e deve estimular os negócios. O crescimento europeu no primeiro trimestre "vai quase que certamente ser mais forte do que o do trimestre anterior", disse Elwin de Groot, economista do Fortis Bank, em Amsterdã. Na semana passada, a economia francesa, segunda maior da zona do euro e terceira maior na Europa, deve crescer 0,6%, depois de registrar pífios 0,2% no quarto trimestre. O país fechou o ano de 2005 com uma marca de 1,4%. O BCE (Banco Central Europeu) crê que a zona do euro terá uma expansão de cerca de 1,9% neste ano. O presidente da instituição, Jean-Claude Trichet, disse que não vai se deixar distrair com os dados trimestrais "voláteis". Os ministros da Economia dos países do euro, reunidos em Bruxelas, disseram esperar que a região mostre uma recuperação significativa no transcorrer do ano. "Temos muitos motivos para estarmos otimista", disse o ministro das Finanças da Áustria, Karl-Heiz Grasser.