Título: Problemas específicos preocupam
Autor: Alana Rizzo Luiz, Edson
Fonte: Correio Braziliense, 21/05/2010, Brasil, p. 8

Foi nos últimos 10 anos que o crack começou a se alastrar pelo país. Primeiro nas capitais, e depois em cidades do interior, até chegar à zona rural. Seu poder de viciar mais rapidamente fez também com que a droga deixasse de circular unicamente na parte pobre da sociedade, chegando à classe média. De 2005 para cá, os números de apreensões registradas mostram que a distribuição da pedra caminha para sair do controle das autoridades. Segundo especialistas, o governo precisa atacar em várias frentes, principalmente em repressão e tratamento. É fundamental um policiamento nas fronteiras. E o viciado precisa ser tratado como uma questão de saúde pública, destacou o professor de história do Brasil na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Marcos Bretas, especialista na área policial. Segundo o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Félix, o crack não é apenas um problema que aumentou nos últimos anos, mas uma situação de difícil enfrentamento. É um desafio que vem crescendo, mas não temos uma solução mágica (para resolvê-lo), a não ser trabalhar de forma integrada, disse Félix. Na comparação do ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, o problema do tráfico de crack é mais difícil de resolver do que o da cocaína, por exemplo. O negócio com as pedras se pulverizou, já que, normalmente os usuários também são viciados. Não há uma rede organizada e muitas pessoas vendem para sustentar o vício, afirmou Barreto. (EL e AR)