Título: Balança comercial da Petrobras fecha 2005 com superávit
Autor: Cláudia Schüffner
Fonte: Valor Econômico, 20/02/2006, Empresas &, p. B8

Petróleo

A Petrobras fechou 2005 com lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, dos quais R$ 8,142 bilhões relativos ao quatro trimestre do ano, resultado que ficou 92% acima do mesmo período de 2004. Já o lucro anual é 40% maior que o de 2004 e permitiu à Petrobras registrar o maior lucro líquido da sua história. Com ele, a estatal também bateu, pelo quinto ano consecutivo, seu próprio recorde de lucro anual. A performance de 2005 já era esperada pelo mercado, que mesmo assim se surpreendeu com o resultado do quarto trimestre, quando a produção total de petróleo, líquido de gás natural (LGN) e gás no Brasil e no exterior aumentou 11% no último trimestre, alcançando uma média de 2,257 milhões de barris/dia de óleo equivalente. Segundo a companhia, o lucro de R$ 8,14 bilhões nos três últimos meses do ano passado se deveu ao aumento de 15% da produção de petróleo, de 2% na carga processada nas refinarias. Mas não foi só isso. A estatal também aumentou em 67% suas exportações de petróleo e derivados (com superávit de 126 mil barris por dia). Descontadas as importações, a Petrobras fechou 2005 tendo com superávit de 58 mil barris/dia na sua balança comercial. Outro fato que ajudou a superar até as expectativas dos analistas foi um benefício fiscal de R$ 746 milhões, resultante de maior provisionamento de juros sobre capital próprio, o que segundo a companhia compensou o aumento de gastos com equipamentos e serviços para exploração e produção e outras despesas operacionais. No quarto trimestre a receita operacional líquida consolidada de R$ 38,638 bilhões, 31% mais que igual período do ano anterior, chegando a R$ 136,6 bilhões no acumulado de 2005. Já o lajida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 12,416 bilhões no trimestre e de R$ 47,8 bilhões no ano. O lucro líquido por ação foi de R$ 5,41. Já a controladora chegou a 31 de dezembro com valor de mercado de R$ 173,584 bilhões, 54% mais que em 2004. A companhia vai distribuir R$ 7 bilhões em dividendos (R$ 1,60 por ação), já incluído o pagamento de R$ 5,483 bilhões em juros sobre o capital próprio. O preço do petróleo fechou em alta na sexta-feira, perto de US$ 60 por barril, em uma sessão de menor duração antes de um feriado nos Estados Unidos. Na Nymex, os contratos com entrega em março subiram US$ 1,42, a US$ 59,88 por barril. Em Londres, o tipo Brent para abril ganhou US$ 1,10, fechando cotado a US$ 59,89 por barril. Os operadores afirmaram que a cobertura de posições foi estimulada pelos temores com agitações na Nigéria e com a continuidade da disputa do Irã com o Ocidente sobre o reinício do seu programa nuclear. O mercado de petróleo nos EUA estará fechado na segunda-feira devido ao Dia do Presidente. "Os mercados de petróleo estão se recuperando após as recentes baixas. Tem havido cobertura de posições devido aos contínuos distúrbios na Nigéria", afirmou um corretor da Man Financial. (Com agências internacionais)