Título: Aluguel de escritórios é mais caro no Brasil
Autor: Paulo Henrique de Sousa
Fonte: Valor Econômico, 21/02/2006, Empresas &, p. B4

Imóveis São Paulo e Rio têm o maior preço para locação de espaços de alto padrão entre oito cidades sul-americanas

São Paulo e Rio de Janeiro têm os aluguéis de escritórios classe A mais caros entre as oito cidades da América do Sul pesquisadas pela Cushman & Wakefield Semco (C&WS). Na capital paulista, o preço médio do metro quadrado de área privativa ficou em US$ 25, no fim do ano passado. No Rio, onde faltam escritórios de alto padrão, o preço era de US$ 26 por metro quadrado. A escassez de escritórios de alto padrão fez com que a taxa de vacância caísse para 12,8% no Rio. Essa percentual é bem inferior à taxa registrada em São Paulo, de 19%, que já chegou aos 24%. Além das duas cidades brasileiras, o Marketbeat South America traz informações sobre os mercados de escritórios de alto padrão de Buenos Aires (Argentina), Lima (Peru), Montevidéu (Uruguai), Bogotá (Colômbia), Santiago (Chile) e Caracas (Venezuela). É a primeira vez que a pesquisa vai além dos mercados brasileiro e argentino. Depois das duas cidades brasileiras, Caracas aparece como a terceira mais cara, onde os aluguéis dos escritórios de luxo custam US$ 24 o metro quadrado. Apenas 7% dos escritórios de alto padrão estão vagos na capital venezuelana. A cidade não recebeu nenhum novo prédio de escritórios de luxo no primeiro semestre de 2005 e a expectativa é para a conclusão do El Rosal, com 40 mil metros privativos, agora em 2006. Segundo o relatório, a queda da vacância está provocando um aumento dos preços dos aluguéis. Em Buenos Aires, o metro quadrado custa US$ 18 e a taxa de vacância é ainda menor do que a de Caracas, apenas 4%. A diretora-executiva da C&WS para a América do Sul, Celina Albuquerque Antunes, explica que os incorporadores argentinos estão esperando os preços voltarem aos patamares anteriores aos da crise econômica para retomar os investimentos e lançar prédios de escritórios de alto padrão. Em 1999, o metro quadrado custava quase US$ 26, caindo para US$ 10 em 2002, no auge da crise. De lá para cá, o preço médio tem aumentado e fechou o ano passado em US$ 18. Segundo Celina, a região começa a ser vista com mais atenção pelos investidores americanos porque os lucros dos negócios imobiliários nos Estados Unidos estão em declínio. Isso colocaria os países da América do Sul como destino de parte dos investimentos estrangeiros direcionados para o mercado imobiliário. Mas os países da região vão dividir as atenções com outros mercados ditos emergentes, como China e Índia, nos quais companhias como a Tishman Speyer estão apostando simultaneamente nos segmentos comercial e residencial. Segundo o relatório da C&WS, o mercado imobiliário industrial brasileiro está com baixa atividade devido ao cenário político-econômico - algumas empresas estariam adiando planos de expansão, na avaliação da executiva da C&WS. No entanto, há grande escassez de galpões industriais para venda: "a maior parte é de imóveis antigos que exigem severas intervenções para se adaptar às demandas atuais", comenta Celina. O mesmo acontece em Buenos Aires, onde há poucos armazéns novos e os velhos começam a ser reformados para voltarem a ter condições de uso por grandes corporações, que voltam a investir.