Título: Instituição tenta elevar "free float"
Autor: Alex Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 21/02/2006, Finanças, p. C1

O Tesouro Nacional e outros grandes acionistas do Banco do Brasil anunciaram uma oferta pública no mercado secundário que poderá mais do que duplicar o chamado "free float" da instituição, ou papéis negociados em bolsa de valores. Hoje, apenas 6,9% dos papéis do Banco do Brasil são negociados em bolsa. A instituição almeja que esse percentual seja elevado a 25% para que ela seja classificada como Nível 1 pela Bovespa. Esse percentual tende a aumentar porque o próprio BB vai ofertar 1,5% do capital, mantido em tesouraria. Previ, BNDES e Tesouro - por meio do Fundo garantidor de Exportações (FGE) - irão ofertar 2% cada um. Se bem-sucedidas, essas operações devem elevar a 14,4% o "free float". Há possibilidade de as ações negociadas em mercado subirem mais 2,07 pontos percentuais, para 16,5%, caso se confirmem as condições favoráveis para exercício de bônus de subscrição do BB emitidos na capitalização do banco de 1996. Ainda faltará pouco menos de dez pontos percentuais para que o "free float" chegue aos 25% exigidos pelo Nível 1 da Bovespa. Mas a expectativa de fontes que acompanham o assunto é de que, em mais dois anos, esse percentual possa ser atingido, com uma nova operação. O montante a ser vendido no mercado secundário é calculado em cerca de R$ 3,5 bilhões, e uma eventual venda maior traria o risco de uma depreciação das ações do BB. O próximo ponto a ser definido é quanto à ampliação da fatia das ações do BB que podem ser adquiridas por investidores estrangeiros. Hoje, existe limite legal de 5,6% do capital do banco e, em dezembro, estrangeiros já detinham 3,4%. O vice-presidente de finanças e mercado de capitais do BB, Aldo Mendes, lembrou que, nas recentes ofertas públicas feitas em mercado, investidores estrangeiros ficaram com cerca de metade dos papéis disponíveis. No caso do BB, esse percentual não poderia se repetir, porque o limite de 5,6% seria atingido. O presidente do BB, Rossano Maranhão, disse que a expectativa é que a oferta pública ocorra ainda neste semestre. Ele disse não recear que, a exemplo de 2002, turbulências no período eleitoral venham a atrapalhar os planos do BB. "Temos agora uma liquidez muito superior à de 2002", afirmou. (AR)