Título: Basell nega intenção de sair da Polibrasil
Autor: André Vieira
Fonte: Valor Econômico, 22/11/2004, Empresas, p. B-6

A Basell, joint-venture entre a Basf e a Shell no ramo petroquímico, jogou uma ducha de água fria nos planos do grupo Suzano. A companhia, maior produtora mundial de resinas termoplásticas, não pretende vender sua participação na Polibrasil, onde é sócia do grupo brasileiro. "Não é intenção da Basell vender quaisquer de suas participações em empreendimentos conjuntos, e a Basell não está em posição que torne necessário desfazer-se desses ativos", disse o presidente da Basell Internacional, Ian Dunn, em entrevista por escrito ao Valor. "Vemos muitas perspectivas promissoras para ampliarmos nosso desenvolvimento na América do Sul e continuaremos a analisar com nossos parceiros as melhores maneiras de atingir esse objetivo", disse o executivo, que já respondeu pelas operações brasileiras da Basell, e assumiu a área internacional da companhia em outubro. Segundo Dunn, a Basell considera as operações na América do Sul "como de importância estratégica no contexto de suas operações mundiais em apoio a seus clientes regionais e mundiais". Na semana passada, o principal executivo do grupo Suzano no setor petroquímico, Armando Guedes, havia declarado a intenção em controlar integralmente a Polibrasil. "Desde que foi anunciado internacionalmente que a Basell estaria vendendo seus ativos, alienando o controle acionário, nós nos candidatamos à aquisição da parcela que ela tem na Polibrasil", disse o executivo ao jornal "O Estado de S.Paulo". Segundo explicou a assessoria de imprensa da companhia ao Valor, a Suzano tem direito de preferência caso a Basell queira se desfazer da participação. O controle da Polibrasil, fundada em 1978, é dividido meio-a-meio entre a Suzano e a Basell. Em julho, a Basf e Shell disseram que reavaliariam sua posição na indústria petroquímica e colocariam a empresa à venda em 2005. A idéia dos controladores é vender em bloco à companhia, evitando a divisão dos seus ativos. Na América do Sul, a Polibrasil é sua maior operação. Companhias árabes e fundos de private equity americanos são apontados como candidatos. De acordo com Dunn, a Basell e seus parceiros tiveram condições de adicionar substancial valor à Polibrasil ao longo dos anos. "Estamos extremamente satisfeitos com a posição de liderança e desempenho de padrão mundial da Polibrasil", afirmou o executivo. Para a Suzano, a Polibrasil integra seu ativo mais valioso. A companhia, que hoje é a maior fabricante nacional de polipropileno, uma das resinas com o maior potencial de crescimento, tem capacidade para produzir mais de 600 mil toneladas por ano e planos para chegar a quase 900 mil toneladas em 2007. A Suzano possui ainda participações na Politeno, Petroflex e Rio Polímeros.