Título: Novo plano espanhol
Autor: Vera Batista
Fonte: Correio Braziliense, 21/05/2010, Economia, p. 16

O governo socialista espanhol aprovou na noite de ontem (hora de Madri) um decreto-lei com medidas adicionais de austeridade para economizar 15, 25 bilhões de euros em 2010 e 2011 e reduzir o alto deficit público, que inclui o corte salarial dos funcionários públicos, anunciou a vice-presidenta María Teresa Fernández de la Vega. O deficit em 2009 foi de 11,2% e deverá cair para 9,3% este ano e 6% em 2011. O plano, que deve ser ratificado pelo Parlamento, inclui a redução do salário dos funcionários em uma média de 5% neste ano e seu congelamento em 2011, além do congelamento das pensões e aposentadorias em 2011 e a supressão do chamado cheque bebê, de 2.500 euros por cada nascimento, entre outras iniciativas. A Espanha registrou no ano passado um deficit público de 11,2% do PIB, após três anos seguidos de superavit crescente antes da crise econômica mundial, e comprometeu-se a colocá-lo abaixo dos 3%, limite fixado pela Zona do Euro em 2013. As medidas tomadas ontem se somam ao plano de economia de 50 bilhões de euros em três anos anunciado pelo governo socialista em janeiro, mas os temores nos mercados de que ele não fosse suficiente para sair da crise, além da pressão da União Europeia (UE), levaram Madri a adotar medidas para este mesmo ano e para o próximo. Os funcionários, que fizeram manifestações em várias cidades da Espanha, convocaram uma greve para 8 de junho. Ontem também o governo espanhol revisou para baixo sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 de 1,8% para 1,3%, devido ao impacto do plano de austeridade(1) fiscal adotado para reduzir o rombo nas contas públicas, informou a Ministra da Economia, Elena Salgado.

Arrocho na Itália O governo da Itália quer apresentar em 25 de maio um plano de dois anos para reduzir o deficit, afirmou uma fonte governamental. Queremos aprovar o plano no gabinete na terça-feira da semana que vem, disse a fonte, acrescentando que as medidas seriam explicadas a centrais sindicais na segunda-feira. Nesta semana, o ministro da Economia, Giulio Tremonti, disse que o plano, que pretende reduzir o deficit em 13 bilhões de euros no ano que vem e em um montante similar em 2012, vai atacar a sonegação fiscal e a concessão indevida de benefícios.