Título: Café Santa Clara aposta no Rio e fatura 30% mais
Autor: Cibelle Bouças
Fonte: Valor Econômico, 22/11/2004, Agronegócios, p. B-10

A Santa Clara, segunda maior torrefadora de café do país depois da holandesa Sara Lee, espera encerrar 2004 com faturamento 30% maior, graças à entrada da empresa no Rio de Janeiro este ano. Com sede em Fortaleza (CE) e unidades em cinco Estados, a Santa Clara prevê uma receita de R$ 400 milhões, ante R$ 307 milhões no ano passado. Para 2005, Pedro Lima, presidente da empresa, projeta crescimento de até 20%. "A meta é ampliar a participação nos mercados em que já atuamos e consolidar as vendas no Rio", afirmou. A Santa Clara iniciou a venda de café no Rio de Janeiro em 2004, após a compra, há um ano, da Pimpinela, empresa que faturou cerca de R$ 15 milhões em 2003. Segundo Lima, as vendas da marca cresceram 50% este ano graças à ação de marketing realizada em grandes redes de supermercado. "A empresa trabalhou a identificação do carioca com a marca, que existe há 40 anos", disse Lima. Com a aquisição da Pimpinela, a empresa elevou sua capacidade de processamento de 4,5 mil toneladas para 6 mil toneladas por mês. Hoje, processa 5,1 mil toneladas mensais. A múlti Sara Lee, a primeira no ranking, torra 9 mil toneladas por mês. De acordo com o presidente da Santa Clara, a companhia comercializa cafés em todo o país por meio da marca própria do Pão de Açúcar. O maior volume é vendido para o Norte e Nordeste com as marcas Santa Clara e Kimino. A Santa Clara nasceu em São Miguel (RN) em 1950, tendo à frente João Alves de Lima. A partir de 1986, a empresa foi assumida pelos filhos de Lima, Pedro e Paulo Vicente Lima. Desde então, a Santa Clara iniciou o processo de expansão das marcas para outros Estados do Nordeste. Em 1991, o grupo instalou uma fábrica em Fortaleza (CE), que é hoje a sede da empresa. Em 1994, foram criadas duas unidades de beneficiamento em Manhuaçu (MG) e Vitória da Conquista (BA). Hoje, a empresa tem torrefadoras em Fortaleza, em Natal (RN) e no Rio de Janeiro. Além da atuação no café, a Santa Clara tem uma processadora de milho, em Mossoró (RN), que responde por 10% do faturamento. A empresa cearense também exporta café torrado e moído - cerca de 20 toneladas por mês aos Estados Unidos. "Estamos neste mercado há quatro anos e há dificuldade para aumentar os embarques em função dos preços " , afirmou Lima.