Título: Furlan cobra redução de preços na construção
Autor: Sergio Leo
Fonte: Valor Econômico, 14/03/2006, Brasil, p. A4

Descontente com a reduzida queda de preços no setor da construção civil após o corte de impostos no setor, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, cobrou maior empenho dos empresários do setor, em reunião da Câmara Setorial da Construção Civil. Antes de se falar em nova redução de impostos, é preciso mostrar quais "resultados práticos", os benefícios ao setor privado têm trazido ao consumidor, disse Furlan aos empresários. Segundo cálculo do setor, os cortes de até 10 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) deve levar a uma redução de 3,82% no custo médio de uma casa para a população de baixa renda. Em lugar de reclamações pela inclusão de novos produtos na lista de beneficiados com a redução de imposto, os empresários têm de aproveitar a oportunidade para apresentar fortes redução de preços e estimular as vendas, criticou Furlan. Os empresários, que levaram ao ministro uma lista de produtos a serem beneficiados em nova rodada de cortes tributários, respondem que sua reivindicação não é um pedido isolado de corte de imposto, mas uma proposta de plano para estimular a construção de habitações populares. A queda de imposto foi de 5% para zero, em produtos como o aço, e de 15% para 5% em vidro e louças sanitárias, por exemplo. Essa queda, segundo cálculo entregue pelos empresários ao ministro, reduziria em 3,85% o custo de material para "habitação de interesse social", uma casa de 42 metros quadrados, que teria seu custo reduzido de R$ 10,16 mil para R$ 9,77 mil. "É pouco, mas representativo, uma porta que se abriu para o governo federal para incentivar um setor importante", comenta o presidente do Sindicato Nacional de produtores de Cimento, José Carlos de Oliveira Lima, coordenador da Comissão da Indústria da Construção da Fiesp. Oliveira Lima argumenta que o governo deveria discutir com o setor um pacote de medidas mais amplos, que inclua as relações trabalhistas, estímulo à produtividade e, claro, redução de impostos. "Nossa reivindicação não se limita a redução da carga tributária, é um projeto habitacional", diz ele.