Título: Preços começam março em deflação
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 16/03/2006, Brasil, p. A4

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), primeiro índice fechado do mês de março, registrou deflação de 0,03%. Em fevereiro, o indicador havia apurado alta de 0,17%. A perda de fôlego da inflação foi puxada pelo atacado, cuja taxa passou de 0,09% em fevereiro para menos 0,12% no mês de março. A desaceleração no atacado foi liderada pelos produtos agrícolas, que aprofundaram a queda de preços: passaram de menos 0,23% para menos 1,44%. As matérias-primas brutas agropecuárias recuaram de 0,18% para menos 2,03%, com destaque para produtos como café (-9,14%), milho (-3,52%) e soja (-5,33%). Os insumos industriais também mostraram desaceleração e registraram alta de 0,03%, ante uma variação de 0,21% em fevereiro. O recuo mais significativo ficou com o grupo suprimentos (-2,29%). Os produtos acabados mostraram aceleração e passaram de -0,23% para 1,04% em março. O principal destaque foi a alta do grupo alimentos "in natura" (2,31%). Os combustíveis para uso final no atacado subiram 3,76%. O álcool hidratado seguiu em alta e passou de 6,57% em fevereiro para 7,72% em março. Para o consumidor, o álcool hidratado ficou 6,19% mais caro, após alta de 8,74% em fevereiro. Já a gasolina, ficou 1,36% mais cara. De modo geral, a trégua da inflação em março chegou também para o consumidor. A taxa do varejo passou de 0,31% para 0,13%, influenciada pelo recuo nos preços do grupo educação, leitura e recreação (de 2,01% para 0,22%). Tradicionalmente, os preços deste grupo sobem no começo do ano com o reajuste das mensalidades escolares. Após o efeito sazonal, as taxas voltam à normalidade. Os custos da construção civil recuaram de 0,35% em fevereiro para 0,16% em março. A maior contribuição para a desaceleração veio do grupo materiais. No ano, o IGP-10 acumula alta de 0,98% e nos últimos 12 meses, o acumulado é de 1,03%. Os preços foram coletados entre os dias 11 de fevereiro e 10 de março.