Título: Cesar Maia pede tempo para definir candidatura e PFL negocia palanques
Autor: Raymundo Costa
Fonte: Valor Econômico, 17/03/2006, Especial, p. A14

O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, pediu de 7 a 10 dias para decidir se quer sair como candidato do PFL à Presidência da República. Depois de encontro de uma hora e meia com o presidente de seu partido, o senador Jorge Bornhausen (SC), ele disse que ainda não estava convencido da "melhor maneira de derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva". Maia havia declarado que abriria mão de sua candidatura caso o prefeito de São Paulo, José Serra, fosse escolhido pelo PSDB para ser o candidato a presidente da República. Como escolhido pelos tucanos foi o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito voltou a cogitar sua candidatura. "Obviamente, meu nome fica mais forte com a escolha de Alckmin", disse o prefeito do Rio. O prefeito do Rio afirmou que a experiência do PFL com os tucanos na gestão Fernando Henrique Cardoso foi positiva mas "tem que ser aperfeiçoada". Segundo ele, o partido não pode ser mais apenas "parte do poder". O presidente do PFL afirmou que qualquer novo passo do partido terá que contar a com anuência do prefeito. "Caso decida formar uma coalizão com o PSDB, o PFL pretende apresentar um programa que servirá como documento base da candidatura", afirmou Bornhausen. O partido também quer negociar os palanques regionais da aliança com Alckmin. Esta negociação já estava mais avançada com Serra. No cenário de manutenção da verticalização, esses acordos são vitais para o partido. De acordo com o blog do jornalista e colunista de "O Globo" Jorge Bastos Moreno, Bornhausen e Cesar Maia consideraram muito grave a briga do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, com o pefelista Pauderney Avelino (PFL-AM), na tarde de quarta-feira. O bate-boca entre os dois foi reproduzido no blog do jornalista e colunista da "Folha de S. Paulo" Fernando Rodrigues. Tasso teria se irritado com uma entrevista do pefelista à TV Globo, na terça-feira - dia em que os tucanos anunciaram Alckmin como candidato do partido à Presidência -, na qual Pauderney teria dito que o nome mais competitivo do PSDB contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria o do prefeito José Serra. O presidente do PSDB teria cobrado explicações do pefelista e a troca de ofensas teria quase chegado às vias de fato, não fosse a interferência de pessoas que presenciaram a cena. Segundo o blog de Moreno, Bornhausen disse que cabe a Tasso procurar o comando do PFL para pedir desculpas, pois a superação desse episódio seria fundamental para o reinício de negociações entre os dois partidos.