Título: Fiesp abre salas de crédito para orientar o pequeno empresário
Autor: Janes Rocha
Fonte: Valor Econômico, 21/03/2006, Finanças, p. C2

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) quer fazer um novo diagnóstico dos gargalos que impedem o acesso de micro e pequenas empresas ao crédito e ajudar a demovê-los. Esse é um dos objetivos das Salas de Crédito, um novo serviço prestado pela entidade para seus associados que será lançado hoje. Milton Bogus, diretor do Departamento de Micro, Pequena e Média Indústria (Dempi) da Fiesp, está convencido de que a deficiência de crédito para os pequenos industriais resulta, antes de tudo, da falta de conhecimento dos clientes sobre as linhas mais baratas e de longo prazo disponíveis nos bancos, especialmente aquelas repassadas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O projeto das Salas de Crédito consiste de um espaço no qual representantes dos bancos com os quais foi fechada uma parceria - Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Nossa Caixa e o próprio BNDES - receberão as demandas dos empresários. "A idéia é orientar as empresas sobre o que os bancos têm disponível. Muitas vezes os empresários reclamam mas não sabem o que tem", afirma Bogus. Hoje e amanhã, os bancos vão oferecer linhas de crédito de baixo custo e longo prazo, basicamente repasses do BNDES como o Progeren, que financia capital de giro por 24 meses, com 12 meses de carência e juros de 3% até 4,5% ao ano, mais a variação da TJLP (9% ao ano) e o cartão de crédito com limite até R$ 100 mil para aquisição de bens cadastrados, com juros de 1,3% ao mês. Bogus menciona também o financiamento do 13º salário dos empregados com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), a juros de 1,85% e o Proger. "O Proger foi aumentado para R$ 400 mil, tem dois fundos de aval, é mais fácil e ativo no financiamento de bens e equipamentos para empresas com faturamento até R$ 5 milhões". Porém, poucos empresários conhecem essa alternativa, garante o diretor da Fiesp. Além disso, os gerentes poderão dar um atendimento personalizado e esclarecer todas as dúvidas, já que estarão ali exclusivamente com esse objetivo, diz Bogus. A Fiesp vai acompanhar o andamento dos contratos para identificar onde eles são interrompidos - geralmente por deficiência de cadastros e garantias. No futuro, diz Bogus, a entidade poderá formar uma espécie de cadastro positivo dos bons pagadores dos empréstimos gerados dentro das salas e abrir um "Cadin do Bem", referência ao cadastro de inadimplentes em impostos que impede as empresas de acessarem os recursos do BNDES. Bogus disse que a Fiesp poderá exigir do governo condições melhores de acesso a crédito do BNDES para as empresas que se enquadrarem no "Cadin do Bem". As Salas de Crédito funcionarão no 11º andar do edifício sede da Fiesp (Av. Paulista, 1.313). A inauguração é às 8h30 desta terça, mas o horário de atendimento às empresas vai das 10h às 17h.