Título: Investimento no exterior cresce
Autor: Alex Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 22/03/2006, Finanças, p. C1

Os investimentos brasileiros diretos no exterior mantiveram-se elevados em fevereiro, com saída líquida de US$ 1,778 bilhão, segundo estatísticas divulgadas pelo BC. Nos dois primeiros meses do ano, o movimento líquido já soma US$ 2,969 bilhões. Embora as estatísticas não discriminem setores dos investimentos nem países de destino, o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, disse que as indicações são de que os segmentos extrativo mineral e financeiro respondem pela maior parte do movimento. Em janeiro, quando os investimentos brasileiros chegaram a US$ 1,191 bilhão, os destaques haviam sido os setores têxtil, de intermediação financeira e siderúrgico. "As empresas exportadoras estão procurando se internacionalizar, montando plataformas ", disse Lopes. "A melhora maneira de vender para o exterior é estar instalado onde estão os clientes." Ele reconhece que, em parte, o fluxo de captais se deve ao fortalecimento da moeda nacional, que tornou mais baratos os ativos em moeda estrangeira. O elevado fluxo observado nesse início de ano fez com que o BC aumentasse suas projeções de investimentos brasileiros diretos em 2006, de US$ 4 bilhões para US$ 6,1 bilhões. No ano passado, o fluxo foi de US$ 2,5 bilhões. Os investimentos estrangeiros diretos dentro do Brasil perderam parte do fôlego em fevereiro, caindo para US$ 859 milhões, abaixo do US$ 1,503 bilhão no mês anterior. Mas as indicações são de que haverá uma recuperação em março. Até o dia 21, havia sido registrada uma entrada de US$ 850 milhões, e a expectativa é que o fluxo chegue a US$ 1,2 bilhão. O BC mantém otimismo para os ingressos de investimentos estrangeiros nos próximos meses - tanto que subiram de US$ 16 bilhões para US$ 18 bilhões as inversões prevista para o ano. "Acompanhamos de perto os anúncios de investimentos feitos pelas empresas, e temos indicações de que esse volume será atingido", afirmou Lopes. Como os ingressos no primeiro semestre têm se mantido relativamente fracos (as projeções são de um fluxo pouco menor de US$ 4 bilhões), será necessário manter uma média mensal de US$ 1,5 bilhão em inversões para chegar aos US$ 18 bilhões projetados pelo BC para o ano. Em 2005, os investimentos diretos somaram US$ 15,045 bilhões. (AR)