Título: Governo negocia autoconvocação da Câmara
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 25/11/2004, Política, p. A7

O governo já negocia a autoconvocação da Câmara dos Deputados até o dia 30 de dezembro. Os 15 dias de trabalhos parlamentares extras seriam utilizados para limpar a pauta de votações da casa sem, contudo, criar o ônus do pagamento de salários extras aos deputados, caso o governo decidisse convocar o Congresso em janeiro. O líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP), confirmou que está buscando um acordo com os partidos da base aliada para depois procurar a oposição e garantir o trabalho. A pauta da Câmara está trancada por 19 medidas provisórias (MPs) e três projetos de lei com urgência constitucional. A Câmara não vota projetos de lei há três meses. Desde então ela analisou apenas algumas MPs. A paralisia foi causada pelas eleições municipais, pela demora na liberação de verbas orçamentárias para as emendas dos deputados e pelo projeto de emenda constitucional que permite a reeleição das mesas diretoras do parlamento - que divide os partidos da base aliada. A retomada de votações na Câmara está difícil, mesmo após o esforço do governo em aplacar sua base, com a liberação de verba para as emendas parlamentares. Ontem a tarde o líder do PMDB na casa, José Borba (PR), afirmou que seu partido votaria, mas estaria em "operação padrão", ou seja, votando, porém de forma moderada. Ontem houve a votação, até o fechamento dessa edição, de quatro MPs. O objetivo de todos os partidos era analisar a MP n 202, que cria o abono de R$ 100 na base de cálculo do Imposto de Renda. A medida precisa agora ser votada no Senado até domingo para não expirar