Título: UE não vê novidades em proposta do Mercosul
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Fonte: Valor Econômico, 23/03/2006, Especial, p. A16

A União Européia (UE) reagiu ontem oficialmente à proposta do Mercosul para um "acordo possível" de livre comércio entre os dois blocos. Considerou que a proposta colocada na mesa, na terça-feira, em Bruxelas, tem "pouco de novo" e continuará engajada nas discussões, relatou porta-voz de comércio da UE. O Mercosul acenou com concessões em serviços financeiros e marítimos e na entrada de executivos europeus e pediu mais acesso para produtos agrícolas. A UE, porém, tem deixado claro que quer mais concessões, e que só examinará o fechamento de um acordo após a Rodada Doha, na Organização Mundial do Comércio (OMC). O Mercosul constata as persistentes dificuldades internas. Autoridades argentinas sinalizaram que o Brasil "falou por si só" ao mencionar possível redução do prazo de 18 anos para eliminar tarifa na importação de automóveis. Para o secretário da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Mário Mugnaini, um acordo com a UE é uma necessidade para o Brasil. "Nossas exportações cresceram 25% globalmente, mas apenas 9% para a UE, porque os produtos de nossa pauta chegaram ao limite da expansão nas condições atuais." Enquanto isso, as exportações da China e da Índia para a UE cresceram 24% e 16% respectivamente, segundo dados divulgados ontem pela Comissão Européia. O comissário de Comércio, Peter Mandelson, reexamina a política de acordos de livre comércio da UE com base em "desenvolvimentos regionais"', notando que outros acordos estão indo bem na Ásia, região que atrai cada vez mais as empresas européias. (AM)