Título: Lula faz campanha em reunião do CDES
Autor: Mônica Izaguirre
Fonte: Valor Econômico, 24/03/2006, Política, p. A10

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a agenda de ontem para fazer campanha. Defendeu os programas sociais e os investimentos em educação durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Cumprimentou servidores em frente ao Ministério dos Transportes, antes de almoçar com o ministro Alfredo Nascimento. E elogiou o próprio perfil, mais magro, ao lançar o Programa Farmácia Popular no Planalto, no meio da tarde, após audiência com o rapper MV Bill, autor de um documentário sobre meninos que entram no tráfico. Durante o seu discurso no Conselho de Desenvolvimento, Lula cobrou a valorização dos professores, mas também afirmou que estes precisam checar se realmente os alunos estão aprendendo. Criticou governos anteriores e atuais, afirmando que "para ficar mais baratos, constróem caixas de fósforo e colocam as crianças lá dentro". Lula também aproveitou para defender os programas assistenciais de seu mandato. "Não tem investimento mais sagrado do que investimento em gente. Estamos fazendo R$ 22 bilhões em investimentos em programas sociais. Isso não é dádiva, não é assistencialismo", ressaltou Lula. Ao terminar seu discurso, o presidente disse que iria ao Ministério dos Transportes fazer a "nossa operação recupera estrada, que deixou algumas pessoas zangadas, mas nós vamos continuar fazendo porque o que conta são os caminhoneiros e os motoristas de carros". Na entrada do Ministério, Lula foi recepcionado por cerca de 60 servidores que reivindicavam planos de cargos e salários. Ao invés do protesto, contudo, Lula ouviu elogios. "O senhor está blindado contra os trabalhadores, mas seus inimigos não estão entre os trabalhadores", assegurou o diretor do sindicato dos servidores federais no Distrito Federal, Joel de Oliveira, que ensaiou criticar a política econômica mas, diante das homenagens dos servidores ao presidente, arrefeceu sua fala e afagou o presidente. No fim da tarde, Lula lançou o programa Farmácia Popular. "É a realização de um sonho, colocar a farmácia à disposição do cidadão". Brincou que não estava legislando em causa própria, porque não era hipertenso nem diabético. "Estou falando com o terno aberto para que todos vocês possam ver que, com um pouco de esforço físico, é possível evitar de ser hipertenso ou diabético", disse.