Título: Bolsas têm alta de mais de 3%
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Fonte: Correio Braziliense, 28/05/2010, Economia, p. 15

A declaração oficial da China de que não reduzirá suas aplicações em títulos de países da Zona do Euro, que estão mergulhados na recessão, foi fundamental ontem para os investidores manterem o bom humor. Praticamente, todas os mercados acionários fecharam o dia em alta. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) ainda contou com a ajuda dos papéis da Vale, que computaram valorização de mais 6%. O Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas no pregão paulista, subiu 3,16%, para os 62.091 pontos. Com esse resultado, as perdas acumuladas em maio diminuíram para 8,05%. No ano, a bolsa cede 9,47%. ¿Não sei se dá para comemorar. Mas que o clima melhorou no mercado, não há dúvida¿, disse um analista. Segundo ele, somente 10 papéis registraram baixa ontem. Dias atrás, os dados mostravam exatamente o contrário. Além do desmentido da China sobre as suas reservas em euro, o corte no Orçamento da Espanha de 15 bilhões de euros (leia matéria na página 16) e os preços mais baixos das ações convidaram os investidores a voltarem ao mercado. Essa volta ficou evidente, sobretudo na Europa, onde a Bolsa de Frankfurt subiu 3,11% e a de Londres, 3,12%. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, avançou 2,85%, aos 10.258 pontos, e a Nasdaq, a bolsa eletrônica, deu um salto de 3,73%. No mercado de câmbio, o dólar foi cotado a R$ 1,826, com baixa de 1,60%, a maior queda desde o dia 10 deste mês (de 4,11%). O tombo foi atribuído à forte entrada de recursos no país, movimento capitaneado pelos exportadores, que têm optado por deixar parte de suas receitas fora do Brasil, desestimulados pelos baixos preços da moeda norte-americana nos últimos meses. A entrada de dólares foi tão forte que nem as compras do Banco Central evitaram a retração. A divisa já abriu em baixa de 0,86% e foi ampliando a retração até a mínima de R$ 1,815. ¿Sempre que eu vejo um dia como o de hoje (ontem), fico preocupado. Por isso, aconselho as pessoas a não se entusiasmarem muito, porque as incertezas são grande. A crise na Europa está muito longe do fim. Ainda veremos muita oscilação no mercado¿, afirmou um consultor financeiro de um grande banco.