Título: TBG recebe propostas para o Gasbol
Autor: Francisco Góes
Fonte: Valor Econômico, 28/03/2006, Empresas &, p. B8

Cinco empresas manifestaram à Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil (TBG) interesse de aumentar em 36 milhões de metros cúbicos/dia a oferta de gás boliviano para o mercado brasileiro, dando início ao processo de expansão do gasoduto Bolívia Brasil (Gasbol) para daqui há três anos. O volume requerido nessa etapa é inferior ao requerido na primeira tentativa de expansão, em 2001, quando apareceram propostas de ampliação em 67 milhões de metros cúbicos. Mesmo diante de um volume que supera a atual capacidade de importação de gás boliviano - a atual capacidade de transporte do Gasbol é de 30 milhões de metros cúbicos/dia - , o presidente da TBG, José Zonis, disse esperar que o volume final da expansão fique abaixo dos 36 milhões requisitados na fase inicial. Por isso, ele diz que é cedo para falar em custo do investimento, que será bancado pelos sócios da TBG, controlada pela Petrobras. "Com certeza a expansão será menor porque existem empresas competindo por um mesmo mercado", explicou Zonis. "Agora, a TBG vai analisar, junto com a Agência Nacional do Petróleo qual o tamanho real do mercado e, em cima dele, propor um projeto de expansão", afirmou o executivo. Sozinha, a Petrobras pediu espaço para o transporte adicional de 15 milhões de metros cúbicos/dia. Além dela, apresentaram propostas na sexta-feira a Repsol (6,6 milhões), Total (5,65 milhões) e BG (6,1 milhões), enquanto a PanAmerican - que tem a inglesa BP como acionista - pediu espaço para 2,7 milhões de metros cúbicos/dia. Desse total, 13 milhões se destinam ao mercado de São Paulo, excluída a região sul do Estado. Para esse mercado, as empresas interessadas em oferecer gás foram a BG (que junto com a Shell controla a Comgás), Total e a PanAmerican. Outros 10,6 milhões seriam para atender a área sul do Gasbol (que abrange o sul de São Paulo e ainda Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), e outros 15 milhões para o mercado do Rio, onde manifestaram interesse a Petrobras, Repsol e Total. Ao final do prazo de análise das propostas, a ampliação do Gasbol pode ser limitada a algo entre 12 milhões e 15 milhões de metros cúbicos/dia. Esse volume é considerado o mais realista tomando por base a atual capacidade de oferta de gás pela Bolívia sem necessidade de novos investimentos em desenvolvimento da produção. Foi isso que informaram à ANP no ano passado os representantes da Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Sirese (órgão regulador do mercado boliviano) e a Gás Transboliviano (GTB), que opera o trecho boliviano do gasoduto. Pela regra da ANP, o volume final da ampliação será definido dentro de 45 dias. Até lá será analisada a superposição do mercado, o que pode ser verificado com base no volume de gás que cada distribuidora pretende comprar. Se por exemplo a Comgás tiver previsão de aumentar em 7 milhões o seu consumo de gás, e existirem três propostas para entregar esse mesmo volume em São Paulo, o desempate se dará por meio da análise da melhor tarifa de transporte a ser paga à TBG, o que não significa que ganhe a mais cara. Já a definição do tipo de tarifa a ser cobrada (postal, por distância ou região) será feita em portaria da agência reguladora.